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Venezuela propõe pagar dívida com Brasil em energia e petróleo, afirma presidente do BNDES

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, revelou que a Venezuela não tem capacidade de pagar sua dívida com o Brasil em divisas, indicando a possibilidade de quitação por meio de energia elétrica e petróleo.

A maior parte dos passivos com o BNDES já foi coberta pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE), restando apenas uma pequena parcela. O país vizinho recebeu 1,5 bilhão de dólares em contratos de apoio à exportação de serviços de engenharia, dos quais 40 milhões estão atrasados e serão indenizados pelo FGE. O saldo devedor é de 84 milhões de dólares, e até o momento, 682 milhões de dólares em prestações atrasadas já foram indenizados pelo FGE.

Mercadante afirmou que a Venezuela manifestou publicamente sua disposição de retomar o pagamento e que as negociações serão conduzidas diretamente com o Ministério da Fazenda, devido ao Fundo de Garantia à Exportação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a criação de um grupo de trabalho para consolidar a dívida do país vizinho com o Brasil e planejar o pagamento dos débitos.

Mercadante destacou o crescimento econômico da Venezuela em 2022 como um sinal de que o país pode encontrar formas de quitar sua dívida, mencionando o pagamento por meio de petróleo e energia elétrica venezuelanos como alternativas. Ele ressaltou que a Venezuela não tem dólares disponíveis, uma vez que suas reservas cambiais foram apreendidas. No último ano, a economia venezuelana registrou um crescimento de 6% após uma queda de 75% ao longo de seis anos. Mercadante enfatizou que é impossível esperar que um país nessas condições de bloqueio econômico e crise do petróleo possa honrar seus compromissos, sugerindo que a energia pode ser considerada como pagamento.

O BNDES financiou a exportação de serviços de engenharia de empresas brasileiras no exterior durante os governos do PT, sendo que o país onde o projeto foi executado assumia a responsabilidade pelos financiamentos. Caso o pagamento não seja realizado, o FGE era acionado para cobrir a dívida.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu recentemente com o líder venezuelano Nicolás Maduro, em sua primeira visita ao Brasil desde 2015, e a questão do passivo do país vizinho foi discutida durante o encontro. Maduro mencionou a criação de uma comissão para determinar o tamanho da dívida e possibilitar a retomada dos pagamentos.

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