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Presidente Lula Veta Marco Temporal para Terras Indígenas

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião no Palácio da Alvorada. Participam: Advogado-Geral da União, Jorge Messias; Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; Ministro da SRI, Alexandre Padilha; . Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Presidente Lula Veta Marco Temporal para Terras Indígenas

No dia 20 de outubro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o veto parcial ao projeto de lei (PL) que estabelece o marco temporal para Terras Indígenas. O anúncio ocorreu em uma coletiva à imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília, com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Jorge Messias (Advocacia Geral da União).

Projeto de Lei e Data do Marco Temporal

O Projeto de Lei (PL) 2.903/2023, que estabelece o Marco Temporal, foi aprovado pelo Congresso Nacional em 27 de setembro. De acordo com essa legislação, os povos indígenas teriam direito às terras que ocupavam ou reivindicavam até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. No entanto, uma semana antes da aprovação no Legislativo, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia invalidado a mesma tese.

Posição da Ministra Sônia Guajajara

A ministra Sônia Guajajara esclareceu que os pontos não vetados não prejudicam a política indigenista. “O que permanece no texto está em conformidade com dispositivos legais, sem afetar o que já está garantido na Constituição Federal, bem como na decisão recente do STF. Estamos abertos ao diálogo com o movimento indígena e o Congresso Nacional.”

Pontos Mantidos no Texto

Dentre os artigos mantidos no texto, estão aqueles que, segundo Alexandre Padilha, “reforçam a transparência do processo de estudo, declaração e demarcação, promovem a participação de estados e municípios e regulamentam o acesso à área indígena. Além disso, o artigo inicial valida atividades econômicas e produtivas desenvolvidas pelas comunidades indígenas.”

Justificativas dos Vetos e Próximos Passos

As razões e justificativas dos vetos serão divulgadas no Diário Oficial da União (DOU), ainda na mesma sexta-feira. Além do marco temporal, considerado inconstitucional pelo STF, o pagamento de indenização prévia às demarcações também foi vetado, de acordo com o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Outros pontos vetados incluem a revisão de demarcações já realizadas, o cultivo de transgênicos, garimpo e construção de rodovias em terras indígenas sem autorização das comunidades indígenas, conforme relataram os ministros. Messias defendeu a decisão, enfatizando o respeito à separação dos Três Poderes.

A sanção parcial do projeto pelo presidente Lula levará os vetos de volta para análise dos parlamentares em sessão conjunta do Congresso Nacional, envolvendo deputados e senadores. Para a rejeição dos vetos, será necessária a maioria absoluta dos votos de deputados federais (pelo menos 257) e de senadores (pelo menos 41).

Isso garante que o Congresso terá a palavra final sobre os artigos vetados pelo presidente.

Com informações: Vocativo.com

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