O PSDB decidiu nesta sexta-feira 13 interromper o processo de fusão com o Podemos, encerrando meses de articulações. A decisão ocorre uma semana após a convenção nacional dos tucanos aprovar, por ampla maioria, a autorização para a incorporação.
O principal ponto de discórdia foi a presidência do partido resultante. Enquanto o Podemos, liderado pela deputada Renata Abreu (SP), exigia manter o controle da direção nacional por quatro anos, o PSDB defendia uma gestão compartilhada, com rodízio entre as duas legendas durante o período de transição. Sem acordo, as tratativas foram encerradas.
A ruptura ocorre em um momento delicado para o PSDB, que atravessa um processo de esvaziamento político e perda de quadros relevantes. O partido, que já ocupou a Presidência da República e protagonizou disputas nacionais por duas décadas, hoje conta com apenas 13 deputados federais e três senadores. Nas últimas semanas, viu nomes de peso, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), deixarem suas fileiras rumo ao PSD.
Mesmo com o cancelamento da fusão, dirigentes tucanos indicam que a busca por alianças continua. O PSDB retomou diálogos com Republicanos, MDB e Solidariedade para formação de uma federação.
Enquanto isso, a legenda fundada por Fernando Henrique Cardoso tenta redesenhar sua estratégia para as eleições de 2026, em meio ao desafio de sobreviver politicamente e manter acesso a fundo eleitoral e tempo de propaganda.
Por:Carta Capital