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terça-feira, 17 junho, 2025
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Como foi o último encontro entre Lula e Zelensky para tratar da guerra entre a Rússia e a Ucrânia – CartaCapital

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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Brasil, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, vão se encontrar nesta terça-feira 17 durante a cúpula do G7 no Canadá. O encontro marca um novo capítulo nas relações entre os dois países, após meses de expectativa e resistência diplomática.

O último encontro entre os dois presidentes, que nem sempre concordam sobre o tratamento dado à guerra entre Rússia e Ucrânia, aconteceu em setembro de 2023, em Nova York. Desde então, Zelensky já vinha cobrando uma nova conversa bilateral, enquanto Lula se mostrava mais resistente.

A última reunião, promovida durante a Assembleia Geral da ONU, foi também a primeira entre ambos. Na época, o chanceler Mauro Vieira definiu o tom da reunião como “amistoso”.

“Foi um encontro muito importante, houve um entendimento mútuo muito bom, ambos os presidentes deram instruções aos seus ministros de relações exteriores para continuar trabalhando em temas bilaterais e multilaterais e continuar discutindo a questão da paz”, resumiu o ministro naquela ocasião.

A conversa de 2023 se estendeu por pouco mais de uma hora. Interlocutores relataram que Zelensky teria alertado Lula sobre a tentativa de se criar conflitos artificiais entre eles, sugerindo que ambos deveriam fortalecer a comunicação direta para evitar ruídos.

A tensão e o afastamento, porém, não diminuíram desde então.

O episódio mais recente de tensão ocorreu em maio passado, quando o presidente brasileiro visitou Moscou para as celebrações do Dia da Vitória. A participação de Lula no evento — e sua saída da Rússia sem pronunciamentos sobre o conflito — provocou uma reação amarga do governo ucraniano.

Autoridades de Kiev declararam publicamente ter “perdido totalmente a confiança” em Lula como possível mediador no conflito com a Rússia. O encontro desta semana muda o pêndulo do mandatário brasileiro, podendo – a depender do desenrolar dos eventos – acercar o Brasil dos ucranianos.

A nova reunião também é lida como uma maneira de Lula voltar a se posicionar como um ator neutro diante da guerra. Desde seu retorno ao Palácio do Planalto, no início de 2023, o petista tem buscado posicionar o Brasil como facilitador de um eventual processo de paz no conflito entre Rússia e Ucrânia. A neutralidade, para isso, seria essencial.

Essa estratégia diplomática, contudo, tem gerado atritos com Kiev, que já manifestou críticas públicas à abordagem brasileira. A nova bilateral pode aparar essas arestas.



Por:Carta Capital

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