A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara retoma nesta terça-feira 29 a análise do recurso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) contra a decisão do Conselho de Ética da Casa, que aprovou a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
A discussão, que tinha começado na última semana, foi interrompida na quinta-feira 24 após pedido de vista coletivo feito por parlamentares da base governista, com apoio de parte da oposição.
Ainda na sessão da última quinta, o relator do caso, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), negou recurso do parlamentar, que pedia a suspensão do andamento do processo.
“A CCJ não votará o mérito da cassação do deputado Glauber Braga. A CCJ votará o cabimento do rito e o procedimento processual do que fora realizado no Conselho de Ética desta Casa”, disse Manente.
Cabe à CCJ avaliar o parecer sobre a cassação. Se for aprovado pela Comissão, o tema seguirá para o plenário. Após acordo entre as partes, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que a votação deve ocorrer até 60 dias após a aprovação na comissão.
Na sexta-feira 25, em entrevista ao programa Poder em Pauta, no canal do YouTube de CartaCapital, o deputado do PSOL reclamou da pressa com que o colegiado tem analisado o seu pedido. O político acredita que seu caso está sendo usado como manobra para tentar salvar o deputado bolsonarista Alexandre Ramagem (PL-RJ), implicado na trama golpista.
“Querem o destrancamento da pauta da CCJ para votar o trancamento de uma ação penal contra o senhor [Alexandre] Ramagem”, avaliou Glauber.
O parlamentar do PSOL é alvo de uma denúncia feita pelo partido Novo, que diz que ele teria quebrado o decoro parlamentar ao expulsar do prédio da Câmara aos empurrões um militante do ‘Movimento Brasil Livre’ que foi ao local para constranger deputados de esquerda.
Glauber alega que o processo contra ele é “de antemão viciado”. “Quem pega a representação ao Conselho [nota que] ali tem um apanhado de condutas que, no final das contas, tem como objetivo criminalizar a minha ação política”, afirmou.
Por:Carta Capital