O Amazonas ocupa o último lugar no ranking de infraestrutura logística do país, segundo o relatório técnico de 2023 do CLP (Centro de Liderança Pública). Nesta 12ª edição, o estudo analisa a competitividade de cada estado, considerando os fatores de eficiência e as fragilidades das políticas públicas.
A pesquisa avaliou os incentivos públicos para a promoção de melhorias nos serviços à população, cobrando resultados eficientes dos gestores públicos. Foram analisadas rodovias, abastecimento de energia elétrica e serviços de telecomunicações em 2022.
Infraestrutura em Destaque
A infraestrutura é o segundo item mais importante no ranking de competitividade, com um índice de 12,4%. Segurança pública fica em primeiro lugar, com 12,7%, e sustentabilidade social em terceiro, com 11,6%, entre os dez serviços analisados.
No geral, o estado é o 14º melhor avaliado e subiu duas posições em relação ao ano anterior.
Com 32,17 pontos, o Amazonas é o penúltimo em qualidade de serviços de telecomunicações, atrás apenas do Amapá, que não pontuou. A condição das vias rodoviárias também recuou uma posição em comparação à última edição, atingindo o último lugar, também com 0 ponto.
Desafios na Infraestrutura
A infraestrutura representa o maior desafio do estado em relação ao investimento de recursos públicos que atendam às demandas da população. Dentro dessas condições estruturais, a qualidade de energia elétrica na região ficou em 7º lugar, com uma nota de 95,33, sendo a melhor posição segmentada.
Histórico de Desafios
Desde 2004, os indicadores apontam má infraestrutura no Amazonas. Em 2016, a consultoria Macroplan classificou o estado como o segundo pior em infraestrutura, perdendo apenas para o Piauí e Amapá nos anos de 2004 a 2014, respectivamente.
Investimentos Recentes
A partir de 2019, o governo estadual concluiu mais de 162 quilômetros de ramais e estradas, totalizando R$ 202 milhões. No entanto, algumas das rodovias listadas não são de competência do estado, mas sim federais. O investimento previsto para este ano no setor é de R$ 254 milhões em pavimentação e reconstrução de rodovias, R$ 29,4 milhões em manutenção e conservação, e R$ 5 milhões em sinalização.
Desafios e Soluções
O presidente do Ibape-AM (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias na Engenharia do Estado do Amazonas), Frank Albert, destaca que a falta de planejamento na construção de rodovias pelo poder público no Amazonas não gera obras eficazes. Ele enfatiza a necessidade de uma política de estado que envolva o Executivo e o Legislativo para planejar e executar projetos de infraestrutura de longo prazo.
Frank Albert também sugere a exploração de outros modelos de transporte, como o sistema hidroviário da região, que poderia ser uma alternativa viável.
Conclusão
O Amazonas enfrenta desafios significativos em sua infraestrutura, mas com planejamento adequado e investimentos direcionados, pode superar esses obstáculos e melhorar sua competitividade.