Governador ignora protestos e entrega a SEC a aliado sem experiência
Wilson Lima mentiu à classe artística e nomeou Caio André para a Secretaria de Cultura do Amazonas (SEC), apesar de ter negado mudanças na pasta dias antes. A decisão provocou revolta, com artistas acusando o governador de usar a Cultura como moeda política e transformar a secretaria em um “cabide de empregos”.
Cinco dias antes da nomeação, Lima afirmou que não haveria alterações na SEC. Agora, sua palavra está em xeque. A mobilização cresceu nas ruas e redes sociais, com a campanha “A cultura não é cabide de empregos” denunciando a interferência política na gestão cultural.
Classe artística reage e leva protestos à Assembleia
Desde o início dos rumores sobre a nomeação, a classe artística se manifestou contra a indicação de Caio André. No domingo (2), artistas realizaram protestos exigindo a permanência de Cândido Jeremias Neto no cargo.
Para Rosa dos Anjos, presidente da Associação de Cultura do Amazonas (Aceam), a decisão do governador é um “assassinato da cultura”.
“É um desrespeito ao trabalhador da cultura do nosso estado. Estamos indignados por ver uma pessoa sem qualificação assumir essa pasta”.
Na terça-feira (4), manifestações tomaram a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), onde artistas realizaram performances como ato de resistência. Além disso, o setor estuda acionar o Ministério Público contra a nomeação.
Nomeação política e falta de experiência
Caio André, ex-vereador de Manaus pelo União Brasil, não tem histórico na Cultura. Formado em Direito, ocupou cargos na área esportiva e foi presidente da Câmara Municipal de Manaus. Sem conseguir se reeleger vereador, ele ficou como primeiro suplente do União Brasil e, agora, assume a SEC em um movimento que a classe artística vê como acerto político de Wilson Lima.
O governador, que já enfrenta desgastes, agora tem um novo problema: a fúria dos artistas e a desconfiança sobre sua palavra.