MANAUS – O governador Wilson Lima (União Brasil)  na manhã desta quinta-feira, 1º de junho, reduziu a proposta de reajuste salarial dos profissionais da educação do Amazonas de 15,19% para 8%. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (01º) na sede do Executivo Estadual localizada no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus. Na ocasião, o Chefe Executivo Estadual também mencionou que o Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) está ligado a questões político-partidárias e tenta usar a categoria como “massa de manobra”.

“Não vou permitir esse tipo de coisa, o uso político de um movimento que se diz representante dos professores e que tenta manipular politicamente os profissionais da educação. Lamento profundamente isso. Tivemos várias reuniões com o Sindicato e fizemos o máximo possível para atender às demandas, mas houve uma recusa por parte do sindicato. Percebemos então um movimento político tomando conta desse grupo que representa os professores”.

Os educadores entraram no 13º dia de greve nesta quinta-feira, 1º de junho. Os profissionais estão buscando um aumento salarial de 25%. Além de atacar o sindicato, Wilson Lima ainda reduziu a proposta de reajuste salarial – que até ontem (31/05) era de 15,19% – para 8%, o governador também adiantou que a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc-AM) planeja abrir um edital emergencial para contratar profissionais da educação por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) e que estão em cadastro de reserva da Secretaria de Estado da Educação e Desporto Escolar. Os profissionais atuarão nas escolas que estão sem aulas.

“Todos os que fazem parte desse movimento estão ligados a questões político-partidárias. Tem pessoas ali que foram candidatas a deputado, pessoas que trabalham para deputados, pessoas que trabalham para outros políticos no estado do Amazonas. Para esses indivíduos, é importante prolongar a greve porque assim eles aparecem na mídia e promovem suas imagens”.

Decisão da Justiça

A desembargadora Joana dos Santos Meirelles, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), negou o pedido do Sinteam para suspender a possibilidade de descontar os salários dos professores em greve, o que tem acontecido.

“INDEFIRO o pedido de suspensão da possibilidade de descontos nos salários pelos dias efetivamente não trabalhados pelos profissionais da educação, uma vez que a jurisprudência do STF se consolidou no sentido de considerar irrelevante a legalidade do movimento grevista para que este ocorra, nos termos mencionados anteriormente”, diz a magistrada em trecho da decisão.

Meirelles autorizou também o bloqueio das contas bancárias e ativos financeiros de propriedade do Sinteam no valor de R$ 210 mil. “(…) que permanecerá depositado em juízo até que haja o efetivo trânsito em julgado do presente processo”.

Sinteam arrecada cestas básicas

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) está arrecadando cestas básicas para os trabalhadores em greve que tiveram descontos nos salários feitos pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Segundo o Sinteam, em alguns casos, os descontos chegaram a zerar o contracheque. Em outros casos, os trabalhadores ficaram com dificuldade para se alimentar devido ao desconto feito pelo governo.

De acordo com o Sinteam, a ação será realizada em parceria com a Associação dos Servidores Administrativos da Educação do Amazonas (Avamseg).

As doações podem ser feitas na sede do Sinteam, localizada na Rua Major Gabriel, 735A, Centro.