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terça-feira, 17 junho, 2025
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Waack: Israel arrasta EUA para guerra com o Irã

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O presidente Donald Trump exigiu hoje a rendição incondicional do Irã, em meio à guerra com Israel. Ou Trump é um falastrão irrecuperável, ou decidiu pelo envolvimento direto dos Estados Unidos na guerra. As duas alternativas são péssimas.

Quando o homem que comanda as forças militares mais poderosas do planeta ameaça, ele tem de cumprir. Mas precisa ter um plano para depois.

A última vez que os Estados Unidos fizeram isso — ao invadir o Iraque em 2003 — derrubaram o ditador Saddam Hussein e jogaram a região num caos. Não tinham plano para o dia seguinte. Ameaçar e não cumprir é tão ruim quanto.

Obama prometeu atacar a Síria em 2013 se o ditador usasse armas químicas. Assad usou armas químicas. Obama não fez nada. E, na sequência, a Rússia tomou o lugar dos Estados Unidos como principal potência externa naquela parte do Oriente Médio.

Trump se elegeu prometendo não se envolver em guerras intermináveis no Oriente Médio. Mas, nas últimas horas, dá sinais de ceder à pressão israelense para atacar diretamente as instalações nucleares iranianas mais protegidas — e que Israel sozinha não consegue destruir.

É um caso claro de ator regional arrastando a superpotência global para os objetivos dele, ator regional, e não necessariamente os objetivos da superpotência.

Um envolvimento direto dos americanos na atual fase da guerra entre Irã e Israel precipitaria provavelmente a área toda num conflito ainda mais abrangente e imprevisível — inclusive para a economia mundial, se o Irã fechar parte das rotas de transporte de petróleo.

Trump não resolveu a guerra da Ucrânia, não sabe o que fazer em relação à China e Taiwan, e fala em matar o líder supremo do Irã, deslocando para a região importantes forças militares que estavam estacionadas na Ásia.

Vladimir Putin e Xi Jinping nem devem acreditar na sorte que têm.



Fonte: CNN Brasil

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