A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nessa quarta-feira 21, a indicação do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O resultado da votação será publicado em Diário Oficial e comunicado ao governador Cláudio Castro, responsável pela indicação. A medida foi aprovada por 57 votos favoráveis, cinco contrários e sete abstenções.
Pampolha chega ao posto de conselheiro no momento em que está na mira da Justiça Eleitoral. Um pedido de cassação do seu mandato – que envolve também o governador Cláudio Castro – está nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral. O tema chegou à Corte após um recurso do Ministério Público contra a decisão da justiça local que rejeitou a ação contra a dupla por não comprovar a destinação de cerca de 10 milhões de reais recebidos de fundos públicos.
A indicação de Pampolha ao posto também põe fim a uma disputa política entre ele e o governador. Inicialmente aliados, os dois se distanciaram em 2024 após Pampolha decidir trocar de partido. Na ocasião, ele era filiado ao União Brasil e migrou para o MDB. Desde então, Castro vinha atuando para reduzir os espaços de Pampolha no Executivo para evitar que ele saísse candidato ao governo em 2026.
O novo desenho tira Pampolha da linha sucessória e abre caminho para Rodrigo Bacellar, deputado pelo União Brasil e atual presidente da Alerj. Ele é o preferido de Castro e do bolsonarismo para 2026. Sem um vice, é Bacellar que assume o comando do estado na ausência de Castro. O governador prevê renunciar ao cargo em abril do ano que vem para disputar uma vaga no Legislativo. Bacellar, neste acerto, teria a máquina do estado a seu favor na véspera da eleição para o Executivo.
Cláudio Castro e seu apadrinhado Rodrigo Bacellar.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Bacellar, ao comandar a sessão que aprovou a indicação de Pampolha ao TCE, comemorou a vitória. “Não tenho dúvidas quanto aos requisitos técnicos do Pampolha para ocupar a vaga. Ele já foi reconhecido pelo voto popular e espero que sua ida ao TCE ajude a mudar a máxima de punição de prefeitos do interior, que muitas vezes não conseguem ter quadro técnico adequado.”
Pampolha, por sua vez, reconheceu que o cargo de conselheiro não era ‘um sonho’. “Fui eleito vice-governador do estado. […] No entanto, entendi que neste momento seria muito importante para mim essa decisão de vida de me candidatar a uma vaga como conselheiro do TCE”, afirmou. O posto é vitalício e o salário será de 41 mil reais.
Ele, que também foi deputado estadual e secretário de Esporte, Lazer e Juventude e do Ambiente e Sustentabilidade, já encaminhou o comunicado oficializando sua renúncia ao posto de vice-governador. No TCE, ocupará a vaga deixada por José Maurício Nolasco, que teve a aposentadoria compulsória publicada no Diário Oficial da última segunda-feira 19.
(Com informações de Agência Brasil)
Por:Carta Capital