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quarta-feira, 18 junho, 2025
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um em cada nove adolescentes é usuário

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78% dos jovens relataram não ter encontrado dificuldades para adquirir os produtos, mesmo com as proibições impostas pela Anvisa

Vape
45% dos adolescentes relataram que pelo menos um dos pais é fumante (Imagem: charinporn thayot/iStock)

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O uso de cigarro eletrônico é uma realidade entre um a cada nove adolescentes no Brasil, segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo avaliou respostas de 16 mil pessoas de 14 anos ou mais, de todas as regiões do país, coletadas entre 2022 e 2024.

Pela primeira vez, a instituição considerou os vapes no Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad).

E o resultado surpreendeu: a quantidade de jovens que usam cigarro eletrônico já é cinco vezes o total daqueles que fumam o cigarro tradicional. Além disso, 8% dos entrevistados disse que o vape substituiu o fumo convencional.

Vape cria falsa sensação de risco minimizado em relação ao cigarro convencional (Imagem: Nadzeya Haroshka/iStock)

“Os DEFs (dispositivos eletrônicos para fumar) alteram a percepção de risco e, muitas vezes, são vistos como menos prejudiciais, o que amplia seu apelo entre os mais jovens”, disse a pesquisadora coordenadora do levantamento nacional, Clarice Madruga.

Vape é problema nacional

  • Cerca de 15% (26,8 milhões) da população brasileira já fez uso de algum produto com nicotina;
  • O cigarro tradicional permanece sendo o mais utilizado (12,2%), mas os cigarros eletrônicos já foram consumidos por 5,3% da população;
  • O estudo também mostra que 1,9% dos entrevistados faz uso combinado do cigarro tradicional e do eletrônico, o que representa maior risco de dependência e exposição simultânea a toxinas, segundo o relatório;
  • Outra informação que chama a atenção é o índice de adolescentes que já experimentaram algum produto com nicotina: 10,5% das meninas e 8,3% dos meninos, de 14 a 17 anos;
  • Entre eles, 78% disse não ter encontrado dificuldades para adquirir os produtos, mesmo com a comercialização dos dispositivos eletrônicos proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
8% dos entrevistados disseram que o vape substituiu o cigarro convencional (Imagem: Neydtstock/iStock)

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Papel da família

A influência do ambiente familiar também foi ponto de atenção no relatório: 45% dos adolescentes relatou que, pelo menos, um dos pais é fumante. Entre adultos, a proporção daqueles que foram expostos ao fumo na adolescência chega a 61%.

O relatório alerta que a exposição passiva ao tabaco na infância está associada ao desenvolvimento de bronquite, asma, infecções respiratórias baixas e outros problemas de saúde do pulmão.

Cerca de 15% da população brasileira já fez uso de algum produto com nicotina (Imagem: charinporn thayot/iStock)

O estudo também aponta diferenças regionais no consumo. O uso de produtos com nicotina é maior nas regiões Centro-Oeste (20,5%) e Sul (20,2%) e menor no Norte (9,9%) e Nordeste (12,6%). No recorte por gênero, os homens seguem com prevalência mais alta, apesar de haver crescimento entre mulheres jovens.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.




Fonte: Olhar Digital

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