Medida pode derrubar preços e empregos no setor siderúrgico
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados atinge diretamente o Brasil. O país é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, destinando 18% de sua produção ao mercado norte-americano.
O impacto da taxação dependerá da efetivação da medida e da reação do mercado. Especialistas alertam para risco de queda de preços e demissões no setor siderúrgico brasileiro, especialmente em estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
EUA tentam proteger indústria local
A intenção de Trump é clara: elevar o preço do aço estrangeiro para favorecer a produção interna. Essa política já foi aplicada em seu primeiro mandato, mas acabou sendo substituída por cotas de importação para países parceiros, incluindo o Brasil.
A medida também pode pressionar a inflação nos EUA, já que a siderurgia é base para diversos setores industriais. Sem o aço importado, o custo do metal deve subir no país, o que pode gerar alta nos preços e até impactar os juros da economia norte-americana.
Brasil pode perder mercado global
Se os EUA realmente reduzirem suas importações, o mercado internacional pode ser inundado com excedente de aço, derrubando ainda mais os preços.
Além disso, a China, maior compradora global, não deve absorver o aço brasileiro, já que o país tem aumentado suas compras de minério de ferro para produção própria.
Setor siderúrgico brasileiro pode sofrer
O Brasil tem 121 mil empregos diretos e indiretos na indústria siderúrgica. A queda nas exportações pode gerar demissões, mas especialistas divergem sobre a gravidade do impacto.
A siderurgia representa 2% do PIB nacional, abastecendo principalmente o mercado interno. Para alguns economistas, a queda no preço do aço pode até beneficiar setores como a construção civil e a indústria naval.
Juros brasileiros podem subir
Se a inflação nos EUA aumentar devido à alta do preço do aço, o Federal Reserve pode elevar os juros americanos. Isso forçaria o Banco Central do Brasil a subir a Selic para evitar fuga de capitais.
Atualmente em 13,25% ao ano, a Selic já tem previsão de alta para 14,25% em março, o que pode encarecer ainda mais o crédito no Brasil.