O governo dos Estados Unidos abriu uma nova frente na política comercial ao iniciar investigações de segurança nacional que podem resultar na aplicação de tarifas sobre produtos farmacêuticos e semicondutores. A informação foi publicada oficialmente no Registro Federal e confirmada pelo Secretário de Comércio, Howard Lutnick.
A medida segue o posicionamento do presidente Donald Trump, que reafirmou no domingo (13) que a cadeia de eletrônicos não está isenta do chamado “tarifaço”. Segundo ele, esses produtos apenas estão sendo realocados para uma nova categoria tarifária, e não excluídos das tarifas impostas.

Eletrônicos seguem em foco
- Na sexta-feira anterior, o governo americano havia retirado da lista de tarifas recíprocas itens como smartphones, notebooks e outros eletrônicos.
- Esses produtos estavam sujeitos a uma tarifa de 145% sobre importações da China, principal fornecedora de componentes como os utilizados nos iPhones, além da alíquota de 10% para a maioria dos demais países.
- Mesmo com a retirada temporária desses itens da taxação direta, o próprio Trump esclareceu que não houve “isenção tarifária” real.
- “Esses produtos [chineses] estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um ‘balde’ tarifário diferente”, afirmou o presidente.
- Além de celulares e computadores, os Estados Unidos listaram ao todo 20 categorias de produtos sob análise.
- A lista inclui semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana, itens que atualmente não são fabricados em grande escala no país.
Estratégia de proteção nacional
Segundo Lutnick, a intenção é fortalecer a produção doméstica de insumos considerados estratégicos. “Nós fizemos isso para automóveis, vamos fazer para farmacêuticos e semicondutores”, declarou o secretário, ao afirmar que esses setores devem ser incluídos nas novas tarifas voltadas à segurança nacional.

A mudança deve ocorrer nos próximos meses e, embora a atual exclusão tarifária beneficie diretamente empresas como Apple, Nvidia e Dell, o governo norte-americano sinaliza que essa isenção será temporária.
Trump tem defendido que os Estados Unidos voltem a produzir internamente produtos essenciais como eletrônicos, veículos e medicamentos, argumentando que a dependência externa representa risco à segurança do país.
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Reação dos mercados
O anúncio de que smartphones e notebooks seriam, ao menos por ora, poupados das tarifas recíprocas trouxe alívio para os mercados financeiros. A decisão foi interpretada como uma possível abertura para diálogo comercial, especialmente com a China.
No pregão seguinte, bolsas na Ásia e Europa encerraram em alta. Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street também registraram ganhos.
No Brasil, o reflexo foi imediato: o Ibovespa, principal índice da B3, acompanhou o movimento internacional e também fechou em alta, seguindo a leitura mais otimista dos investidores em relação ao cenário comercial global.
Fonte: Olhar Digital