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segunda-feira, 5 maio, 2025
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Tratamento de silêncio pode causar dor física, diz estudo

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Você já deve ter ouvido falar do tratamento de silêncio. É um nome popular para quando alguém se recusa a conversar sobre um problema ou briga, e resolver a situação. No lugar, a pessoa opta por ficar em silêncio e se isolar, seja do diálogo cara a cara ou por mensagem e ligação.

Segundo o dicionário Merriam-Webster, o comportamento refere-se ao ato de “ignorar completamente uma pessoa ou coisa recorrendo ao silêncio, especialmente como meio de expressar desprezo ou desaprovação”.

Em alguns momentos, a ‘técnica’ pode ser útil, dando tempo para que o indivíduo reflita sobre o que aconteceu antes de buscar a resolução do problema. Pode até evitar discussões desnecessárias.

No entanto, em outros casos, o tratamento de silêncio pode ser usado como forma de manipulação, fazendo com que a outra pessoa do relacionamento (seja romântico, familiar ou de amizade) se sinta abandonada.

Entenda quando prestar atenção para sinais de abuso.

Mulher olhando para cima; há um desenho representando um cérebro na região da cabeça dela
Comportamento tem efeitos no cérebro (Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)

Por que alguém recorre ao tratamento de silêncio?

Bernard Golden, psicólogo, fundador da Anger Management Education em Chicago e autor de livros sobre gerenciamento de emoções, escreveu um artigo de opinião na Psychology Today sobre os motivos pelos quais alguém recorre ao tratamento de silêncio.

Veja:

  • Evitar conflitos: algumas pessoas podem não se sentir confortáveis o suficiente para expor seus sentimentos durante um diálogo;
  • Falta de autoconsciência: algumas podem se sentir confusas com seus próprios sentimentos, sem saber expor o que realmente aconteceu. Com o tratamento de silêncio, elas querem mostrar de alguma forma que ficaram chateadas;
  • Falta de habilidade de comunicação: algumas pessoas até sabem o que estão sentindo, mas não se sentem aptas o suficiente para se comunicar;
  • Punição: alguns indivíduos usam o tratamento de silêncio na intenção de punir ou controlar alguém, fazendo com que a outra pessoa se sinta culpada;
  • Para evitar responsabilidade: algumas pessoas preferem se isentar do que realmente assumir responsabilidade pelas suas ações.
casal em uma briga
Saiba analisar sinais preocupantes (Imagem: Motortion Films/Shutterstock)

Quando ligar o alerta?

Como falamos, algumas pessoas optam por ficar em silêncio para evitar conflitos que consideram que não serão produtivos. Já outras usam esse tempo longe para refletir sobre o que aconteceu.

Para Ailen Lescano, psicóloga especializada em traumas, esse tempo é uma ótima ferramenta para que a pessoa possa se fortalecer antes de agir. Ao mesmo tempo, há momentos em que o comportamento pode ser usado para manipulação, como quando alguém o faz de forma intencional, sabe do dano emocional que está causando a outro indivíduo e opta por continuar assim.

Ela também chama atenção para o gaslighting, uma forma de manipulação que faz a pessoa duvidar do que está acontecendo. Nesses casos, o tratamento de silêncio é usado de forma manipuladora para alternar entre distância e proximidade quando a convém. São duas formas de abuso emocional.

imagem mostra um homem sentado no sofá com as mãos apoiadas no rosto, triste
Tratamento de silêncio tem consequências físicas no corpo (Reprodução: Motortion Films/Shutterstock)

Tratamento de silêncio tem efeitos físicos no corpo

Um estudo publicado na revista Frontiers in Evolutionary Neuroscience revelou que o tratamento de silêncio pode causar dor física. Isso porque ele ativa o córtex cingulado, parte do cérebro responsável pelos comportamentos. É a mesma parte responsável por registrar dor física.

Ou seja, as vítimas desse tipo de abuso não sentem a dor a nível emocional apenas.

Leia mais:

A pesquisa também sugere que a repetição desse comportamento pode causar efeitos prejudiciais na pessoa afetada. Por exemplo, alterações de peso, distúrbios de sono e aumento da pressão arterial. Lescano lista outras consequências frequentes:

  • Perda de identidade;
  • Alterações de humor;
  • Ansiedade e depressão;
  • Perda de julgamento da realidade;
  • Perda de laços poisitivos;
  • Perda de prazer.




Fonte: Olhar Digital

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