Um trágico acidente aéreo chocou a cidade de Barcelos, localizada a 399.82 km de Manaus, causando a morte de 14 pessoas, incluindo 12 passageiros e dois tripulantes. Inicialmente relatado como turistas americanos, posteriormente foi confirmado que todas as vítimas eram brasileiras.
Turistas Brasileiros Sob Chuvas Torrenciais
O acidente ocorreu no sábado (16) à tarde, em meio a fortes chuvas que atingiam o município. As vítimas eram, na verdade, turistas brasileiros de outros estados que estavam a caminho de Barcelos para a prática de pesca esportiva, além dos dois tripulantes da aeronave.
Decisões Difíceis Sob Péssimas Condições Climáticas
As primeiras informações sobre o acidente sugerem que, devido às condições climáticas extremamente adversas, duas aeronaves decidiram retornar para Manaus, enquanto o piloto do avião acidentado optou por tentar o pouso em Barcelos. No entanto, durante a aproximação para o pouso no aeroporto local, a aeronave colidiu com terra e detritos deixados na pista, resultando na tragédia.
Tragédia Aérea Sem Precedentes no Brasil
Este acidente aéreo é considerado o mais fatal no Brasil desde 2011, quando 16 pessoas morreram na queda de um avião da Noar Linhas Aéreas em Recife, Pernambuco.
Vítimas de Diversos Cantos do Brasil
Entre as vítimas, havia executivos de companhias de Uberlândia, Minas Gerais, bem como proprietários de empresas em várias cidades de Goiás e um médico aposentado do Distrito Federal. Além disso, o piloto e o copiloto da aeronave também perderam a vida no acidente.
Os corpos das vítimas foram transferidos para Manaus no domingo (17) e devem ser liberados para suas famílias nesta segunda-feira (18).
Histórico Judicial da Manaus Aerotáxi
A empresa Manaus Aerotáxi Participações LTDA possui um histórico judicial que inclui 12 processos judiciais, alguns deles relacionados à segurança de voo. Em 2017, a empresa foi condenada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região a pagar uma indenização de R$ 20 mil por danos morais a um copiloto que comprovou ter trabalhado em aeronaves com falhas em equipamentos.
Segundo o ex-funcionário, que trabalhou na empresa de janeiro de 2011 a outubro de 2015, ele operou aeronaves que apresentavam problemas como vazamento de combustível, radar meteorológico inoperante e abertura da porta de passageiros durante a decolagem.
Além disso, há um processo em andamento na Justiça do Amazonas, envolvendo a venda da empresa e de suas aeronaves. O bloqueio judicial para a venda da aeronave, segundo o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), pode ter sido contornado pelos novos proprietários, que deveriam ter assegurado a segurança do voo.
Contratos Milionários com o Setor Público
A Manaus Aerotáxi também possui contratos significativos com o governo do Amazonas e a Assembleia Legislativa do estado (Aleam). Em agosto de 2021, a empresa recebeu cerca de R$ 2.3 milhões da Casa Militar por meio de cinco contratos, incluindo aditivos e processos indenizatórios. Além disso, em 2019, a empresa recebeu três aditivos de renovação contratual da Aleam, totalizando mais de R$ 5 milhões.
Esta tragédia levanta questões sobre a segurança das operações da Manaus Aerotáxi e destaca a importância da manutenção rigorosa de aeronaves e da supervisão regulatória no setor da aviação.