No Dia Mundial da Saúde, FAS reforça ações em comunidades ribeirinhas para mitigar impactos das mudanças climáticas e ampliar o bem-estar
No Dia Mundial da Saúde, celebrado neste 7 de abril, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) reforça seu compromisso com a qualidade de vida das populações ribeirinhas e tradicionais da Amazônia. Por meio de ações voltadas ao fortalecimento da telessaúde, infraestrutura sanitária e soluções de abastecimento de água potável, a instituição busca mitigar os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde e o bem-estar de comunidades isoladas da região.
Com atuação reconhecida no desenvolvimento sustentável da Amazônia, a FAS tem se destacado por integrar inovação, parcerias institucionais e ações de saúde pública adaptadas ao contexto amazônico. Em 2024, o Programa Saúde na Floresta promoveu 334 teleatendimentos e formou 37 agentes de saúde, conectando comunidades remotas a médicos e especialistas por meio de polos de conectividade.
“Ao facilitar o acesso à saúde, principalmente em regiões isoladas, o telessaúde representa um avanço importante. Ele contribui não apenas com diagnósticos e tratamentos, mas também reduz os deslocamentos e os custos dos moradores para receber atendimento”, afirma Mickela Souza, gerente do Programa Saúde na Floresta da FAS.
Telessaúde como resposta às barreiras geográficas
Com parcerias junto a secretarias municipais e estaduais de saúde, o programa de telessaúde vem sendo fundamental para garantir atendimento contínuo às comunidades ribeirinhas, especialmente durante períodos críticos, como a seca extrema que atingiu a região no ano passado.
A moradora Maria Milda Teixeira de Souza, da comunidade Boa Esperança, em Manicoré (AM), compartilhou como a tecnologia tem transformado a rotina local:
“Melhorou muito aqui na comunidade com o telessaúde, porque fica perto da nossa casa. Antes nós tínhamos que ir para Manicoré e era um gasto grande”, conta.
As estatísticas mais recentes também apontam um aumento preocupante na demanda por atendimento psicológico. Entre agosto e setembro de 2024, 23% dos atendimentos estavam relacionados à estiagem. Esse número saltou para 33% nos meses seguintes. Os problemas mais comuns incluíram depressão, fobia social, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), conflitos familiares e luto — sintomas diretamente agravados pelo cenário de crise hídrica.
Crise hídrica e impactos na saúde das comunidades
A seca dos rios e a escassez de água potável se intensificaram com as mudanças climáticas, afetando não só a saúde física e mental da população, mas também suas condições de higiene, alimentação, renda e até a continuidade das aulas nas escolas locais. A dificuldade em acessar água de qualidade compromete o combate a doenças infecciosas e agrava a vulnerabilidade de quem já vive em condições precárias.
Diante desse cenário, a FAS ampliou sua atuação com soluções de acesso à água potável, em parceria com a Fundación Avina e a Coca-Cola Brasil. Por meio do projeto Água + Acesso, quatro sistemas de captação, tratamento e armazenamento de água foram instalados em 2024 na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Piagaçu-Purus, beneficiando 1.800 moradores.
“A falta de água potável impacta diretamente a saúde das comunidades, tornando-as mais vulneráveis a infecções gastrointestinais, desidratação e outras doenças. Com o projeto Água + Acesso, conseguimos levar tecnologia e infraestrutura sustentável para garantir que milhares de pessoas tenham acesso a um recurso essencial para a vida”, explica Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS.
Sustentabilidade e inovação no abastecimento
As novas tecnologias implantadas pela FAS utilizam energia renovável, com painéis solares conectados a estações de tratamento de água, o que garante operação sustentável mesmo em áreas de difícil acesso. Além das instalações fixas, outras soluções foram levadas às comunidades, como as mochilas Água Camelo, que permitem transportar e purificar água de forma segura. Em 2024, 650 pessoas foram beneficiadas com as mochilas, e mais de 1.900 moradores das RDS Piagaçu-Purus e da Reserva Extrativista (Resex) Rio Gregório receberam sistemas de captação de água.
No total, as ações de abastecimento seguro de água alcançaram nove territórios, abrangendo 24 comunidades, aldeias e bairros, somando esforços para promover saúde, dignidade e sustentabilidade em áreas historicamente negligenciadas.
Saúde e dignidade para os povos da floresta
Ao integrar atendimento médico remoto, suporte psicológico e acesso à água de qualidade, a FAS consolida sua visão de que saúde é um direito básico e interdependente de fatores ambientais e sociais. Para Mickela Souza, os investimentos em infraestrutura e tecnologia mostram que é possível levar o Sistema Único de Saúde (SUS) para dentro da floresta de maneira eficaz.
“Atuamos para apoiar as populações tradicionais garantindo direitos básicos como saúde, água e educação. Conseguimos avançar com o Programa Saúde na Floresta por meio de muitas parcerias e acreditamos que em meio às mudanças climáticas é necessário disponibilizar tecnologias sustentáveis que ofereçam soluções para essas populações”, afirma.
Neste Dia Mundial da Saúde, a mensagem é clara: garantir acesso à saúde e água potável é essencial para promover justiça social, enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e proteger os povos da Amazônia.