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quarta-feira, 7 maio, 2025
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Superquarta: Copom e Fed decidem hoje o futuro das taxas de juros

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Nesta quarta-feira (7), acontecem as reuniões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. Os encontros definirão as taxas de juros de cada país e serão anunciados na Superquarta.

Os encontros acontecem sob a perspectiva de incertezas globais, principalmente com os impactos da guerra tarifária intensificada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril.

No Brasil, a projeção é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) eleve os atuais 14,25% ao ano, mas em menor grau do que o visto nas últimas reuniões. A decisão deve sair após as 18h30.

Já nos EUA, a estimativa é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) mantenha o atual patamar de 4,25% a 4,5%. Os dados serão publicados às 15h (horário de Brasília) e a entrevista do chefe do Fed, Jerome Powell, acontecerá às 15h30.

Mercado vê alta de 0,5 ponto na Selic

Em relatório, o Goldman Sachs projeta uma elevação de 0,5 ponto percentual da Selic. O banco norte-americano estará atento às previsões da taxa básica de juros para o fim de 2025 e 2026, por conta da inflação brasileira acima dos 3%, o centro da meta.

O Goldman afirma que a inflação, somada às incertezas da macroeconomia externa, pode deixar “a porta aberta” para movimentos futuros.

“Esperamos que o Copom não feche a porta para um aumento residual menor em junho, mas que se abstenha de oferecer uma orientação específica para a reunião de junho (inclusive não declarando que o ciclo de aumentos terminou)”, escreveu o banco em relatório.

A maior parte do mercado está apostando em uma alta de 0,5 ponto, elevando os juros ao patamar de 14,75% ao ano, mostram dados da B3. Caso se confirme, a Selic alcançará o maior nível desde 2006.

As previsões do mercado captadas pelo Boletim Focus, publicado nesta segunda-feira, reforçam uma alta de 0,5 ponto nesta semana e uma nova elevação de 0,25 no encontro agendado para junho, jogando os juros para 15%.

Porém, antes do fim do ano, o BC já deve iniciar ciclo de corte, reduzindo em 0,25 ponto e fechando 2025 com a Selic em 14,75%.

Para o ano que vem, a expectativa é de juros em 12,5%.

O planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff, argumenta que o Banco Central brasileiro tende a adotar uma postura técnica mais firme para sustentar as expectativas do mercado financeiro e reforçar sua independência institucional.

“Diante desse contexto, uma nova alta — ainda que moderada — funcionaria como sinal de vigilância e compromisso com a estabilidade de preços, mesmo diante do impacto sobre a atividade econômica”, afirma.

Na mesma linha do “esperar para ver”, o planejador financeiro CFP projeta que o BC mantenha a taxa de juros em 14,75% ao ano na reunião de junho para analisar os efeitos da elevação dos juros, no entanto, outras altas são possíveis.

“Se a inflação seguir surpreendendo negativamente, como tem ocorrido nos núcleos de serviços e nos alimentos, e o câmbio se desvalorizar ainda mais, pressionando os preços e as expectativas de inflação para 2026 continuarem desancoradas, isso comprometeria a eficácia da atual taxa”, diz Patzlaff.

Fed destaca incertezas

No cenário internacional, a guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não traz respostas de como a economia brasileira será afetada no médio prazo, além de mexer com as expectativas do desempenho das atividades norte-americanas.

A diretriz da política econômica de Trump já foi citada pelo Fed como um dos desafios no trabalho da autoridade monetária em perseguir os seus objetivos de gerar emprego e controlar a inflação.

No começo de maio, o presidente dos EUA descartou a ideia de demitir o presidente do Fed, Jerome Powell, mas pressionou novamente por um corte imediato de juros, sob o argumento da redução de 0,3% no PIB do país na comparação do 4º trimestre de 2024 com o 1º trimestre de 2025.

Em relatório, a consultoria LCA4Intelligence afirma que a contração do PIB norte-americano se deu por conta da resposta da indústria e dos consumidores locais, que importam mais por preocupação com a guerra tarifária de Trump.

“O bom comportamento da inflação será desafiado neste 2º trimestre pelo choque tarifário: as empresas têm reportado aumento relevante de custos, e as famílias também estão percebendo um aumento no custo de vida”, escreveu a LCA4Intelligence.

Na avaliação da consultoria, o Fed deve manter a taxa básica de juros na reunião desta quarta-feira (6), possivelmente não sinalizará uma redução na reunião de junho e manterá sua independência frente aos ataques de Donald Trump.

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Fonte: CNN Brasil

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