24.3 C
Manaus
quarta-feira, 21 maio, 2025
InícioPolíticaSTF ainda não julgou a denúncia contra neto do ditador Figueiredo por...

STF ainda não julgou a denúncia contra neto do ditador Figueiredo por tentativa de golpe – CartaCapital

Date:



Único integrante do núcleo 5 da tentativa de golpe de Estado em 2022, Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo, ainda não foi a julgamento no Supremo Tribunal Federal. Até esta terça-feira 20, a Primeira Turma da Corte não havia marcado uma data para analisar a denúncia da Procuradoria-Geral da República que o acusa de incitar militares para a ruptura democrática.

Residente dos Estados Unidos, Figueiredo não foi intimado pela Justiça a apresentar sua defesa no processo. O STF alega não encontrá-lo, apesar de o comunicador afirmar que mora há 10 anos no mesmo endereço, em Miami, na Flórida.

Assim, Paulo Figueiredo pode ser o primeiro implicado na trama golpista a ter o caso analisado à revelia, ou seja, sem ter participado ativamente da defesa.

Segundo a PGR, Figueiredo está sozinho no núcleo 5 por ser parte de um desdobramento do núcleo 4, organizado para difundir desinformação. A separação também se deu graças ao fato de o comunicador viver fora do Brasil, o que poderia atrapalhar o andamento do julgamento dos outros núcleos.

Conforme a acusação de Paulo Gonet, o comunicador teria recebido, de forma coordenada e antecipada, a carta que os golpistas fizeram para pressionar o comando do Exército a aderir ao golpe. Ele, portanto, teria o papel de pressionar os militares a aderir ao plano de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder.

“O influenciador buscou forjar um cenário de coesão dentro do Exército Brasileiro sobre a necessidade da intervenção armada, retratando os dissidentes como desertores, merecedores de repúdio pessoal e virtual. Aderiu, pois, ao projeto golpista da organização criminosa, do qual tinha ciência prévia, e instrumentalizou a sua condição de comunicador para provocar a cooptação do Alto Comando do Exército ao movimento golpista”, diz um trecho da denúncia.

Quando foi denunciado pela PGR, Figueiredo usou o X para ironizar o caso: “Estou honrado em estar ao lado de patriotas neste documento histórico que reflete a ditadura na qual vivemos”.

A Defensoria Pública da União chegou a ser designada para defender Figueiredo no STF, mas desistiu do caso justamente por não conseguir contato com ele. A DPU pediu ao ministro Alexandre de Moraes a suspensão dos prazos processuais do comunicador, mas o magistrado ainda não respondeu.

Nesta terça, o STF recebeu a denúncia da PGR contra nove militares do Exército e um policial federal. Segundo o MPF, eles estiveram envolvidos em um plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.



Por:Carta Capital

spot_img
spot_img