29.3 C
Manaus
quinta-feira, 22 maio, 2025
InícioMundoSistema binário raríssimo revela estrela orbitando dentro de outra

Sistema binário raríssimo revela estrela orbitando dentro de outra

Date:


Um estudo publicado nesta quinta-feira (22), na revista Science, pode ter identificado um tipo raríssimo de sistema estelar binário no qual uma estrela está orbitando dentro da outra. Localizado a cerca de 455 anos-luz da Terra, o achado envolve um pulsar (estrela extremamente densa que gira rapidamente) e uma estrela de hélio. 

O pulsar em questão, chamado PSR J1928+1815, é o remanescente de uma estrela que explodiu em uma supernova. Nessa explosão, a matéria é comprimida de tal forma que sobra quase só nêutrons, tornando essa “estrela morta” extremamente densa. E como gira muito rápido, ela emite pulsos regulares de ondas de rádio detectáveis da Terra.

Com o Telescópio Esférico de Rádio de Abertura de 500 metros (FAST), na China, o maior radiotelescópio do mundo, os astrônomos descobriram que esse pulsar tem uma companheira: uma estrela de hélio com massa semelhante à do Sol que perdeu sua camada externa de hidrogênio e ficou apenas com o núcleo. As duas estão tão próximas que completam uma volta uma ao redor da outra em apenas 3,6 horas.

Esse pulsar gira quase 100 vezes por segundo. Pulsares com essa velocidade são chamados de “milissegundo” e geralmente ficam tão rápidos por “canibalizarem” estrelas vizinhas, puxando matéria delas. Isso acelera sua rotação de forma impressionante.

Estrelas orbitando uma à outra tão de perto e tão rapidamente que em algum momento uma acaba dentro da companheira. Crédito: Wikimedia/Creative Commons

Leia mais:

Pesquisas anteriores sugeriam que, nesse processo, o pulsar pode acabar dentro da camada externa da companheira – uma fase chamada de “envelope comum”. Até hoje, esse tipo de sistema nunca tinha sido observado. Agora, esse pode ser o primeiro caso real identificado.

Modelos de computador mostram que, no início, o pulsar e sua parceira estavam bem mais distantes. Mas com o tempo, o pulsar foi sugando a matéria da outra estrela até mergulhar em suas camadas externas. Após cerca de mil anos, ele ficou bem próximo do núcleo da estrela, formando um sistema supercompacto.

Os cientistas estimam que apenas entre 16 e 84 sistemas semelhantes possam existir em toda a Via Láctea, que tem até 400 bilhões de estrelas. Isso mostra como é raro esse tipo de sistema – e o quanto ainda temos a descobrir sobre o funcionamento do Universo.




Fonte: Olhar Digital

spot_img
spot_img