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terça-feira, 29 abril, 2025
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Sem CUT e sem Lula, 1º de Maio retoma sorteios para evitar esvaziamento do ano anterior

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Depois do fiasco do ano passado, as centrais sindicais decidiram ressuscitar uma velha fórmula: shows e sorteio de carros para atrair público às comemorações do 1º de Maio em São Paulo — a maior celebração do país. A prática, abandonada em 2018, volta este ano com o sorteio de dez Volkswagen Polo Track.

A escolha, porém, reacende uma divergência histórica com a Central Única dos Trabalhadores. Convidada apenas como participante, a CUT fará um ato paralelo no ABC Paulista. Já o evento principal, na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital, ficará a cargo de outras seis centrais: Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representará o presidente Lula. Convidada, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) ainda não confirmou presença.

Lula avisou a interlocutores que só iria se pudesse prestigiar as duas agendas — condição que sua equipe julga inviável. A ausência surpreendeu os organizadores, que contavam com o presidente para turbinar o público. Eles tentarão convencê-lo num encontro marcado para esta terça-feira, 29, depois da Marcha da Classe Trabalhadora em Brasília, quando entregarão a Lula e aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União), uma carta de reivindicações. Caso ele mantenha a decisão, será a primeira vez que faltará ao 1º de Maio desde que voltou ao Planalto.

A participação do presidente deve se limitar a um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, gravado na manhã desta segunda-feira, 28, por sugestão do ministro da Secom, Sidônio Palmeira.

Em 2024, Lula participou de um ato esvaziado na zona leste paulistana e não escondeu a irritação. O Monitor do Debate Político, da USP, estimou apenas 1.635 pessoas no local. Na ocasião, líderes sindicais admitiram erros de organização e a necessidade de renovar a pauta.

“É preciso sensibilidade para entender o mundo em que vivemos e buscar alternativas que nos qualifiquem diante das novas tecnologias”, avalia Ricardo Patah, da UGT. “O formato antigo estava engessado; não podia continuar assim”, concorda João Carlos Juruna, da Força Sindical.

Dirigentes da CUT devem aparecer na Bagatelle e discursar, mesmo fora da organização. Entre as bandeiras deste ano estão a redução da jornada de trabalho, a queda dos juros, a valorização do salário mínimo, o fortalecimento das negociações coletivas e a igualdade salarial entre homens e mulheres.



Por:Carta Capital

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