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sexta-feira, 14 março, 2025
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Safra de borracha no AM cresce 23% e movimenta R$ 2,2 milhões

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Produção sustentável fortalece economia local

A safra de borracha nativa do Amazonas em 2024 atingiu 160 toneladas e gerou R$ 2,2 milhões para seringueiros e associações comunitárias. O volume cresceu 23,08% em relação ao ano anterior, beneficiando 500 famílias nos municípios de Canutama, Itacoatiara, Pauini, Manicoré, Novo Airão e Eirunepé.

Esse avanço resulta do projeto Juntos pela Amazônia – Revitalização da Cadeia Extrativista da Borracha, que amplia a renda dos seringueiros e fortalece a sociobioeconomia. Além disso, a iniciativa facilita a comercialização da borracha e incentiva novos extrativistas a ingressarem na atividade.

No dia 10 de fevereiro, seringueiros de Canutama e Novo Airão enviaram um carregamento de mais de 50 toneladas para Manaus. Somando-se às produções dos demais municípios, a borracha seguirá para beneficiamento na Bahia, encerrando a safra de 2024.

Desafios para os seringueiros da Amazônia

Apesar do crescimento, a produção enfrenta desafios estruturais e climáticos. A seca histórica entre 2023 e 2024 dificultou o transporte e o acesso a insumos essenciais, isolando muitas comunidades. Mesmo assim, os seringueiros se organizaram e aumentaram a produção, demonstrando a resiliência dessa atividade.

Outro problema é a ausência de uma usina de beneficiamento no Amazonas, que eleva os custos logísticos. Atualmente, os produtores precisam enviar a borracha para a Bahia antes que ela retorne ao Polo Industrial de Manaus (PIM) para a fabricação de pneus.

Além disso, os seringueiros enfrentam dificuldades para acessar políticas públicas. A falta do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e da Carteira do Produtor (CP), além da necessidade de linhas de crédito e seguros específicos, limita o desenvolvimento da atividade.

Impacto econômico e social da produção

Desde 2022, o projeto Juntos pela Amazônia tem impulsionado o crescimento da produção. Em dois anos, a safra saltou de 65 toneladas para 130 toneladas, um aumento de 100%. Em 2024, o crescimento se manteve, consolidando o avanço da cadeia produtiva.

O governo federal subsidia a borracha nativa da Amazônia com R$ 3,00 por quilo, enquanto o estado acrescenta R$ 2,00. Além disso, alguns municípios oferecem incentivos adicionais de até R$ 1,00 por quilo, tornando a produção mais atrativa.

Para Rosa Castro, assistente de projetos sociais do Memorial Chico Mendes (MCM), a revitalização da borracha representa mais do que números. “Trabalhamos para garantir que as comunidades permaneçam em seus territórios, mantendo a floresta viva. Ainda há desafios, mas avançamos passo a passo”, afirma.

Parcerias estratégicas impulsionam o setor

O projeto Juntos pela Amazônia conta com a coordenação do WWF-Brasil e a parceria de Memorial Chico Mendes (MCM), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), WWF-França, Michelin, Fundação Michelin, Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) e Conexsus.

A expansão da cadeia da borracha fortalece a economia local e contribui para a preservação da Amazônia. Com incentivos adequados, os seringueiros podem alcançar mais estabilidade financeira e reduzir a dependência de recursos externos.

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