Alvo de cobiça de partidos da direita, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, está em vias de deixar o PSDB para se filiar ao Progressistas. Pessoas que acompanham as tratativas afirmaram a CartaCapital que o embarque na sigla chefiada por Ciro Nogueira (PI) está em estágio avançado.
Quem conduz as conversas é a senadora Teresa Cristina, conterrânea de Riedel. A princípio, o mandatário desejava aguardar até o fim do ano para anunciar a troca de legenda, mas tem sido pressionado a antecipar essa decisão. Ele havia sinalizado a interlocutores que esperaria a conclusão dos trâmites sobre a fusão entre PSDB e Podemos para cravar seu futuro político.
Na avaliação de aliados, a filiação ao PP, que formalizou no mês passado uma federação com o União Brasil, é um passo importante para consolidar uma eventual candidatura à reeleição em 2026.
Se confirmada, a mudança de partido reduzirá a zero a presença do PSDB nos governos estaduais, aprofundando a crise da legenda, que já foi protagonista na política nacional. Em 2022, por exemplo, perdeu nas urnas o histórico domínio sobre São Paulo. Dois anos depois, o pleito de 2024 marcou o auge da decadência tucana, com o pior desempenho eleitoral da história: nenhum prefeito eleito em capitais.
A ida de Riedel para o PP também representa um revés para o PSD de Gilberto Kassab, que busca ampliar sua presença entre os chefes de Executivo estadual. A sigla conseguiu tirar do PSDB os governadores Eduardo Leite (RS), em maio, e Raquel Lyra (PE), em março.
Outro mandatário estadual que entrou na mira da ofensiva pessedista é o alagoano Paulo Dantas, hoje no MDB.
Um levantamento do Paraná Pesquisas divulgado na última terça-feira 20 aponta que Riedel tem 40,3% das intenções de voto, com ampla vantagem sobre Teresa Cristina, a segunda colocada, que soma 25,5%. Em seguida, despontam Renan Contar (PRTB), com 13,6%; Fábio Trad (PSD), com 6,4%; e Marcos Pollon (PL), com 3,4%.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também tentava levar Riedel para seu partido. Os dois chegaram a se reunir na semana passada em Brasília e decidiram que a sigla deveria apoiar a reeleição do governador mesmo se ele não se filiasse ao partido. O acordo envolve levar aliados dele, como o ex-governador Reinaldo Azambuja, ao PL.
Por:Carta Capital