A redução da jornada máxima de 44 horas semanais trabalhadas é defendida principalmente pelos jovens brasileiros, como mostra uma pesquisa realizada pela Nexus, empresa e pesquisa e dados ligada à agência FSB.
Divulgado nesta quarta-feira 30, na véspera do Dia do Trabalhador, o levantamento mostra que 76% dos jovens de 16 a 24 anos apoiam a redução da carga laboral semanal.
Esse índice massivo de aprovação cai conforme o avanço da idade: são 69%, de 25 a 40 anos; 63% , de 42 a 59 anos, e 54% entre os brasileiros com 60 anos ou mais. Nesse último grupo, 34% se disseram contra as mudanças. Já entre os jovens, apenas 16% se disseram contra as mudanças.
Os que buscam uma oportunidade de emprego também de destacam no apoio à proposta de redução da carga de trabalho – 73% se dizem a favor. Entre os trabalhadores empregados, o apoio ao fim da escala 6×1 diminui para 66% e chega a 61% para os não-trabalhadores (aposentados, pensionistas, estudantes e donos de casa).
Para Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, o apoio à redução da jornada pelos desempregados sugere que este público espera que uma eventual mudança, se aprovada, crie novas vagas de emprego. “Isso vale também para os jovens que, em sua maioria, procuram o primeiro emprego. Apoiam mais provavelmente por terem a expectativa de que a mudança geraria mais oportunidades e vagas.”
Melhoria na qualidade de vida
A principal justificativa para a defesa na redução da jornada de trabalho semanal é a busca por qualidade de vida, assinalada como benefício por 65% dos respondentes da pesquisa. 55% entendem que a mudança trará benefícios à produtividade do trabalhador; 45% acredita que contribuirá com o desenvolvimento social do País; e 40% vê benefícios no desenvolvimento econômico.
A percepção dos entrevistados entre os benefícios e prejuízos com a mudança fica menos evidente quando o tema é a lucratividade das empresas e indústrias brasileiras: 35% acredita que trará benefícios, enquanto 33% entende que a mudança trará prejuízos.
PEC contra a escala 6×1
A mudança na escala de trabalho é defendida pela chamada PEC 6×1, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL). A proposta foi apresentada na Câmara dos Deputados no fim do ano passado e protocolada em fevereiro. Atualmente, a Constituição estabelece que a jornada deve ser de até 8 horas diárias e até 44 horas semanais, o que viabiliza o trabalho por seis dias com um dia de descanso. Já a PEC prevê duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 36 horas semanais, o que poderia viabilizar a escala 4×3.
Por:Carta Capital