O servidor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Cristian Schneider afirmou nesta segunda-feira 26 ao Supremo Tribunal Federal que Alexandre Ramagem, ex-diretor do órgão, tinha uma sala no Palácio do Planalto e despachava diretamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Schneider prestou depoimento por videoconferência como testemunha de defesa do general de Exército Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro. O militar e um dos réus do núcleo 1 da trama golpista. Bolsonaro e Ramagem também são alvos da ação penal.
Segundo o servidor, a proximidade de um presidente com a Abin é incomum e inédita. “Pela minha experiência, a primeira vez que a Abin teve sala no Palácio do Planalto foi no governo Bolsonaro. Nos governos anteriores, não era a prática”, disse Schneider aos ministros da Primeira Turma do STF.
Durante o governo Bolsonaro, a Abin estava subordinada ao GSI. A alegação, porém, é que Ramagem seria uma indicação direta do ex-presidente, que teria gerência sobre a agência de investigação. A suspeita é de que, sob a batuta do ex-capitão, o órgão tenha sido aparelhado para espionar desafetos do governo. O esquema teria sido usado para dar andamento ao plano golpista.
“No caso de Ramagem quanto de seu sucessor, Vitor Felismino Carneiro, não foram escolhas do general Heleno, foram escolhas do presidente da República. Tinham contato direto com presidente, não precisavam passar pelo ministro”, afirmou o servidor da Abin.
(Com informações de Agência Brasil)
Por:Carta Capital