Tecnologia, que é capaz de analisar trechos curtos e com linguagem preservada, revelou três diferentes estilos de escrita na Bíblia


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Diferentemente do que muitos podem pensar, a Bíblia não é uma obra única, e sim uma coleção de livros escrita por diversos autores ao longo de vários séculos. Seus textos foram escritos em hebraico, aramaico e grego e compilados por diferentes pessoas ao longo do tempo.
Por conta disso, não se sabe ao certo quem foram os primeiros autores do livro sagrado do cristianismo. Mas uma equipe de pesquisadores internacionais quer usar a inteligência artificial para desvendar este mistério.

IA identifica variações sutis no uso de palavras
Além da IA, os cientistas utilizaram técnicas de modelagem estatística e análise linguística com o objetivo de entender mais sobre como e por quem a Bíblia foi criada. O método foi desenvolvido especialmente para lidar com trechos curtos e com linguagem preservada.
Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram variações sutis no uso de palavras em diferentes passagens bíblicas. O resultado, descrito em estudo publicado na revista PLOS One, foi a identificação de três diferentes estilos de escrita presentes no livro sagrado.

A equipe encontrou, por exemplo, diferenças nos dois textos que abordam a história de Samuel, importante profeta e o último juiz. Estas obras bíblicas abordam a transição do período de juízes para o período de reis.
Enquanto o primeiro texto não se encaixa claramente em nenhum dos estilos reconhecidos, o segundo mostrou afinidade com os textos da chamada “História Deuteronomista”. Estas descobertas pode ajudar a desvendar quem foram os escribas responsáveis por compilar os textos milenares.
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Outros textos antigos devem ser analisados
- A nova pesquisa abre espaço para análises de outros textos antigos.
- Um dos objetivos dos pesquisadores é aplicar a técnica nos Manuscritos do Mar Morto.
- Encontrados por volta das décadas de 1940 e 1950 em cavernas do sítio arqueológico Khirbet Qumran, na Cisjordânia, às margens do Mar Morto, eles são um compilado de fragmentos de escritos religiosos.
- Ali estão passagens bíblicas, hinos santos, orações, livros apócrifos e outros documentos legais.
- A análise desses manuscritos, no entanto, é dificultada pela diferença de estilos gráficos adotados de um autor para o outro.
- Um obstáculo que talvez a inteligência artificial seja capaz de superar.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.
Fonte: Olhar Digital