A Região Metropolitana de Manaus e outras áreas do Amazonas enfrentam uma crise grave de poluição do ar desde setembro, devido a incêndios florestais. A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, afirma que essas queimadas são intencionais e criminosas, representando um grande risco para a saúde pública.
Origem Criminosa das Queimadas
Marina Silva afirmou em uma coletiva de imprensa na sexta-feira que incêndios deliberados têm sido a causa, ocorrendo tanto em propriedades privadas como em áreas públicas de floresta, ameaçando seriamente o meio ambiente e a saúde das pessoas.
Prisões Relacionadas a Incêndios Criminosos
Na quinta-feira, a Polícia Federal prendeu indivíduos envolvidos em queimadas ilegais, os quais admitiram repetir o crime. Equipamentos como motosserras, galões de gasolina e fósforos foram apreendidos como evidências.
Investigação das Causas
A Polícia Federal está realizando investigações para identificar as causas dos incêndios na Região Metropolitana de Manaus, utilizando sistemas de geoprocessamento para verificar atividades ilegais.
Impacto na BR-319
Na coletiva, a ministra Marina destacou o papel crítico da BR-319 nos recentes problemas relacionados ao desmatamento e às queimadas na Amazônia. Essa rodovia, nos últimos anos, emergiu como um novo epicentro do desmatamento na região. A relação entre a supressão de áreas florestais e os incêndios é inegável. Quando áreas florestais são desmatadas, frequentemente o fogo é utilizado como método para limpeza da terra. Agora, os impactos desse ciclo ao longo dos últimos quatro anos, especialmente durante o governo Bolsonaro, estão se manifestando de maneira acentuada nessa região da BR-319.
Desafios em Autazes
Em Autazes, questões relacionadas à ocupação de Terras Indígenas e projetos de extração de minério agravam a situação das queimadas. O Ibama está investigando esses problemas.
Qualidade do Ar em Risco
A crise atual está tendo um impacto significativo na qualidade do ar em Manaus, com níveis de poluição muito acima dos limites seguros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta situação representa uma ameaça substancial à saúde pública. Segundo dados da OMS, a qualidade do ar não deve ultrapassar 20 microgramas por metro cúbico (µg/m³). No entanto, Manaus atualmente apresenta níveis alarmantes de 225 µg/m³, destacando a gravidade da situação.
Ricardo Coutinho, presidente do Ibama, enfatizou a importância dessa questão, ressaltando a necessidade de ações imediatas. Em resposta a essa emergência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou o uso de máscaras pela população de Manaus como uma medida de proteção. Essa recomendação reflete a urgência de enfrentar a crise na qualidade do ar e seus potenciais impactos na saúde pública.
Desmatamento e Emergência Climática
Embora os índices de desmatamento na Amazônia tenham diminuído em relação ao ano anterior, a combinação de El Niño e ondas de calor tem agravado a gravidade das queimadas. Sugere-se uma emergência climática permanente como medida.
Discussão sobre Intervenção Federal
Embora tenha sido feito um pedido de intervenção federal no Amazonas, o governo busca inicialmente estabelecer parcerias com o governo estadual para lidar com a crise.