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terça-feira, 1 abril, 2025
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Qual a relação entre demência e apneia do sono? Veja o que diz a ciência

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A apneia do sono é uma condição grave que vai muito além de roncos ou noites mal dormidas, podendo causar diversos prejuízos ao corpo, especialmente ao cérebro. Um dos maiores perigos é o aumento do risco de demência associado a apneia.

Pesquisas recentes indicam que as repetidas pausas na respiração durante o sono podem reduzir o fornecimento de oxigênio ao cérebro, afetando funções cognitivas a longo prazo.

Entenda a relação entre demência e apneia do sono

Um estudo realizado na Universidade de Michigan e publicado no periódico SLEEP Advances, revelou que a apneia obstrutiva do sono aumenta o risco de demência nas pessoas. No entanto, mulheres mais velhas têm maior probabilidade de terem a doença.

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Para realizar a pesquisa, foram reunidos dados de cerca de 18.500 adultos com mais de 50 anos que nunca haviam sido diagnosticados com demência. Essas informações foram coletados durante um período de 10 anos por meio do Health and Retirement Study (HRS).

Inicialmente, os pesquisadores identificaram a apneia nos participantes, realizando diagnósticos autorrelatados ou triagens baseadas em questionários específicos. A partir daí, descobriram a relação da doença com a perda cognitiva, que desencadeia a demência.

Além disso, os pesquisadores observaram que, embora os homens também corram esse risco, às mulheres apresentaram maiores chances de desenvolver o transtorno neurocognitivo.

Homem roncando enquanto dorme na cama em casa
Ronco, sono agitado e falta de disposição são alguns dos sintomas de apneia do sono/Shutterstock_New Africa

Apneia do sono e os danos cognitivos

A apneia do sono, frequentemente observada em pacientes diagnosticados com demência, também pode estar associada à Alzheimer. Segundo a Dra. Jerusa Smid, médica neurologista e coordenadora do Departamento Científico de Cognição da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) ao portal Drauzio, alguns estudos indicam que o sono desempenha um papel crucial na remoção de proteínas patogênicas do cérebro, um processo que pode impactar diretamente a saúde cognitiva.

Sendo assim, quando há privação de sono e a remoção dessas proteínas não acontecem, portanto, esse acúmulo no cérebro aumenta o risco de declínio cognitivo e doenças relacionadas. No caso do Alzheimer, a beta-amiloide é a proteína depositada no cérebro dos pacientes.

Por que é importante entender a relação de apneia e demência?

Doenças como a demência e o Alzheimer representam desafios significativos para a medicina moderna devido à dificuldade de encontrar curas definitivas ou tratamentos completamente eficazes. Diante disso, cientistas ao redor do mundo dedicam-se a investigar possíveis causas dessas condições, buscando compreender os fatores que contribuem para seu desenvolvimento.

Esses esforços são essenciais não apenas para aprimorar os métodos de diagnóstico e tratamento, mas também para criar estratégias de prevenção, com o objetivo de reduzir a incidência de novos casos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.

Conforme abordado neste artigo, pesquisas indicam que a apneia do sono está entre os fatores contribuintes para o desenvolvimento de doenças cognitivas. Diferentemente de condições como demência e Alzheimer, a apneia do sono dispõe de tratamentos mais eficazes e oferece um controle mais significativo. Confira a seguir as opções de tratamento e como o diagnóstico é realizado.

Como é realizado o diagnóstico e tratamento de apneia?

Vista lateral próxima de um paciente do sexo masculino dormindo em uma cama de hospital com máscara de oxigênio no quarto branco. Jovem se recuperando após a doença ou recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria do hospital.
Paciente recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria de um hospital/Shutterstock_Studio Romantic

Pacientes que apresentam sintomas noturnos como o ronco associado à fragmentação do sono, caracterizada por diversos despertares, sonolência, cansaço e fadiga devem procurar ajuda de um profissional. Afinal, esses são os maiores sinais de apneia.

A partir da consulta ao especialista, o diagnóstico pode ser realizado por meio de um exame chamado polissonografia, que monitora diversos parâmetros enquanto a pessoa dorme. No entanto, essa análise envolve uma combinação de avaliação clínica, como histórico médico e avaliação das vias aéreas superiores, como garganta, nariz e mandíbula, para identificar possíveis obstruções.

Conforme indicado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o objetivo do tratamento é assegurar que a garganta permaneça aberta, evitando episódios de apneia, redução nos níveis de oxigênio no sangue, elevação da pressão arterial e aumento da liberação de adrenalina. Além disso, busca-se melhorar a sonolência excessiva durante o dia e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

A partir da identificação dos fatores relacionados ao quadro de cada paciente, são indicados tratamentos específicos. Tais como:

Apneia leve e moderada (casos selecionados):

  • Aparelhos intraorais: facilitam o aumento da passagem de ar na região da garganta.
  • Fonoaudiologia: contribui para o fortalecimento dos músculos responsáveis por manter a garganta aberta.

Apneia moderada a acentuada:

  • CPAP (Gerador de Pressão Positiva Contínua na Via Aérea): é considerado o principal tratamento. O dispositivo proporciona o bombeamento de ar, prevenindo o fechamento da garganta e as consequências prejudiciais da apneia.
  • Cirurgias: tratamentos reservados para situações específicas, sendo indicados apenas em casos excepcionais.




Fonte: Olhar Digital

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