Com a justificativa de que a APA (Área de Proteção Ambiental) da Floresta Manaós está “totalmente desfigurada” com a urbanização, o Projeto de Lei 582/2021, do vereador Diego Afonso (União Brasil), aguarda sanção do prefeito de Manaus David Almeida (Avante). A proposta, aprovada na Câmara Municipal no dia 21 de junho, quer alterar a demarcação da floresta localizada no bairro Coroado, zona leste de Manaus, para a construção de um posto de combustíveis. Saiba mais sobre os impactos dessa iniciativa e os alertas dos especialistas.
A APA Floresta Manaós é um dos maiores fragmentos florestais urbanos do mundo, apresentando uma rica biodiversidade e contribuindo para o equilíbrio da sensação térmica nas suas imediações. No entanto, o vereador propõe a instalação de um posto de combustíveis na região do Conjunto Acariquara, colocando em risco a biodiversidade da reserva florestal.
“A redução da área da APA implicaria na diminuição do habitat de várias espécies, incluindo o Sauim-de-Coleira”, alerta a geógrafa Ana Rita Pelicano. Ela ressalta que, embora a APA tenha sofrido supressões anteriores para o bem comum da sociedade, como lotes residenciais, uma Universidade e um Instituto de Pesquisa, esses empreendimentos têm contribuído para a conservação da floresta. No entanto, a construção de um posto de combustíveis vai de encontro a esse objetivo.
A Área de Proteção Ambiental da Floresta Manaós abrange diversos territórios importantes, como a UFAM (Universidade Federal do Amazonas), o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), o Residencial Eliza Miranda, a Lagoa do Japiim e o Conjunto Acariquara. A responsabilidade pela área é da SEMMAS (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade), e seu objetivo é manter a diversidade biológica e proteger os atributos abióticos, bióticos, estéticos e culturais, assegurando a sustentabilidade do uso dos recursos naturais em benefício da qualidade de vida da população.
O Projeto de Lei do vereador Diego Afonso justifica a redução da floresta citando o crescimento urbanístico nos bairros da área de preservação. No entanto, não fica claro como a construção do posto de combustíveis seria legalizada. Além disso, o relatório anexado ao projeto conta apenas com a autorização de oito moradores, coletadas por uma empresa que já foi investigada por irregularidades em licitações.
Diversos coletivos, instituições e grupos estudantis estão se mobilizando para incentivar o veto do prefeito David Almeida. Eles apontam que o projeto pode abrir um precedente perigoso, permitindo a exploração de áreas verdes públicas por empresas privadas. Além disso, aprová-lo representaria um risco para as bacias hidrográficas dos igarapés do Mindu e para a orla de Educandos. A população está empenhada em lutar pela preservação da Floresta Manaós, buscando todas as instâncias para reverter essa violência contra a cidade de Manaus.
Para saber mais sobre os impactos ambientais e estruturais envolvidos na redução da floresta, e as ações em andamento para combater essa proposta, continue acompanhando nossas atualizações.