Povos indígenas protestam contra precarização da educação no Pará
Nesta terça-feira (14), delegações indígenas do Baixo Tapajós e outras regiões do Pará ocuparam a Secretaria de Educação (Seduc). O ato busca impedir a revogação do Sistema Modular de Ensino (SOME), uma modalidade essencial para garantir a educação em comunidades indígenas distantes das sedes municipais.
O movimento reúne representantes dos povos Munduruku, Tembé, Xikrim, Borari, Arapium, entre outros, que criticam a proposta de substituição por aulas virtuais. A mudança, segundo os manifestantes, desconsidera barreiras de acesso à tecnologia e ignora as especificidades culturais e linguísticas dessas comunidades.
Críticas à substituição do SOME por aulas on-line
Para os indígenas, as aulas virtuais inviabilizam o aprendizado, especialmente porque muitos estudantes não falam português fluentemente. A liderança Alessandra Korap afirmou que a medida representa uma violação de direitos e da cultura indígena. “Isso é muito grave. Não vamos desistir”, declarou Korap.
Ocupação e demandas urgentes
De acordo com Cristian Arapiun, membro do movimento, a ocupação foi necessária após tentativas frustradas de diálogo com a Seduc. “Tivemos que usar a força dos encantados para entrar em um espaço que também é nosso”, afirmou em suas redes sociais.
O protesto exige uma reunião urgente com o secretário de Educação e a vice-coordenadora, buscando preservar um sistema educacional que respeite as necessidades e os direitos dos povos indígenas.
Respeito à educação indígena
Os manifestantes destacam que o SOME é mais do que um modelo de ensino: é uma ferramenta de preservação cultural e inclusão social. O sistema assegura que alunos indígenas recebam educação de qualidade em suas comunidades, com professores que compreendem sua língua e cultura.
O futuro da educação indígena no Pará está em jogo, e os povos originários prometem continuar a luta por seus direitos.