Além da pressão na Câmara, integrantes do PL testarão, nas próximas semanas, uma nova estratégia para conseguir o perdão aos golpistas do 8 de Janeiro: uma aproximação mais efetiva com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux.
Os operadores do PL da Anistia decidiram, além de elogiar Fux publicamente e evitar generalizações ao criticar a Corte, procurar o ministro para uma agenda particular. O STF não confirma a previsão de encontro, mas deputados do PL planejam uma reunião para discutir a dosimetria das penas.
Fux foi o único integrante da Primeira Turma do STF a votar por uma pena menor para Débora Rodrigues dos Santos, a “Débora do Batom”. Enquanto a maioria dos ministros acompanhou o relator Alexandre de Moraes por uma pena de 14 anos, Fux determinou apenas um ano e seis meses de prisão.
Débora se tornou um dos símbolos da obsessão bolsonarista pela anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. Eles alegam que ela pode ficar vários anos presa “apenas” por pela pichação “perdeu, mané” na estátua A Justiça, em frente ao edifício-sede do STF.
Fux preservado
Partiu de Jair Bolsonaro (PL) a ordem para a oposição fazer elogios públicos a Fux. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o pastor Silas Malafaia, divulgou um vídeo no fim de semana parabenizando o ministro por “desmascarar” a “farsa”.
Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) agradeceu a Fux, nas redes sociais, por seu “bom senso”. “Não era o que desejávamos, mas a postura do ministro Fux – único juiz de carreira – foi mais sensata do que a de todos os outros, incluindo a de uma ministra”, alegou.
O plano de não generalizar as críticas ao STF será testado em 7 de maio, em Brasília, quando bolsonaristas promoverão um ato de apoio à anistia. A manifestação começará na Praça da Torre de TV e deve prosseguir até o Congresso Nacional, emulando a insurgência de 8 de Janeiro.
Por:Carta Capital