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sábado, 31 maio, 2025
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Pinacoteca inaugura exposição de pop arte e público pode vestir parangolés

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A arte é pop. Depois da exposição de Andy Warhol no Museu da Faap, a Pinacoteca de São Paulo inaugura neste sábado (31) a exposição “Pop Brasil: vanguarda e nova figuração 1960-70”, na Grande Galeria do edifício Pina Contemporânea.

Segundo os organizadores, é a maior exposição do ano no local, com mais de 250 obras de 100 artistas diferentes.

Com curadoria de Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, a mostra se divide em temas que remontam aos principais acontecimentos do período, como o surgimento da indústria cultural, a ruptura democrática e transformações sociais de diversas ordens.

A partir da década de 1960, uma série de tendências figurativas internacionais ganham espaço no debate artístico nacional. Dentre essas tendencias está a pop arte, original do Reino Unido, mas que ganhou fama nos Estados Unidos por meio de figuras célebres com Andy Warhol e Roy Lichtenstein.

No Brasil, a produção de pop arte nas décadas de 1960/70, período focado na exposição, foi motivada por significativas transformações socio-culturais, como aumento da industrialização, turbulências políticas (Guerra Fria no mundo e ditadura no Brasil), além da massificação da cultura promovida pela televisão e os grandes veículos da imprensa e da publicidade.

“A exposição lida com um momento da história do país que ainda hoje ressoa em nosso cotidiano. Olhar para essa produção é importante para entender o início da arte contemporânea entre nós, e também as questões disparadoras de muitos dos debates da atualidade. E, diante da reunião dessas obras, podemos entender a força coletiva dos artistas de uma geração que trabalhou para denunciar, protestar e sonhar com uma nova sociedade”, afirmam os curadores.

Obra “Anunciação de foguete na Lua”, de Claudio Tozzi • Divulgação/Pinacoteca

Veja alguns artistas que estarão na exposição na Pinacoteca:

Antônio Dias
Cildo Meireles
Claudia Andujar
Flávio Império
Geraldo de Barros
Hélio Oiticica
Lygia Pape
Marcelo Nitsche
Maria Auxiliadora
Nelson Leirner
Romanita Disconzi
Teresinha Soares
Vilma Pasqualini
Waldomiro de Deus
Wanda Pimentel

Parangolés são destaques da exposição

A exposição começa com o conjunto de bandeiras originais de um evento promovido por artistas de rua na década de 60. Foi o chamado “Happening das Bandeiras”, realizado em 1968 na praça General Osório, em Ipanema, no Rio, que reuniu artistas como Nelson Leirner, Flávio Motta, Hélio Oiticica, Carmela Gross e Ana Maria Maiolino.

Na ocasião, eles expuseram bandeiras serigrafadas em praça pública promovendo uma ocupação coletiva do espaço público, em busca de um acesso mais amplo e democrático para as artes visuais.

Obra “Seja Marginal seja Herói”, de Hélio Oiticica • Foto: Renato_Parada
Obra “Seja Marginal seja Herói”, de Hélio Oiticica • Foto: Renato_Parada

O público poderá até mesmo vestir e experimentar os famosos parangolés de Hélio Oiticica. Os parangolés (capas, faixas e bandeiras construídas com tecidos e plásticos, às vezes com frases políticas ou poéticas) foram apresentados pela primeira vez há exatos 60 anos, na mostra Opinião 65, realizada no MAM-Rio.

Na sequência, há trabalhos que tratam de uma indústria cultural em formação no Brasil, exibindo estrelas da música popular brasileira, graças aos festivais televisivos, em meio à febre da corrida espacial em meio à chegada do homem à Lua.

Muitas obras também retratam ícones artísticos, de Caetano Veloso a Roberto Carlos e Bob Dylan.

As restrições impostas pela ditadura foram retratadas de diversas maneiras, como caricaturas de generais, presentes nas obras de Humberto Espíndola, Antonio Dias e Cybele Varela; desenhos dos presos políticos da coleção Alípio Freire, e registros fotográficos que Evandro Teixeira realizou na emblemática passeata dos 100 mil.

O gesto pop se apropria também do imaginário da cidade, como em “Marlboro” (1976), em que Geraldo de Barros transforma restos de outdoor em pinturas.

Na área central da galeria, estão reunidos trabalhos que expressam a disputa pelo espaço público. Setas, semáforos, festividades e proposições coletivas ganham centralidade nas obras. Buum (1966), de Marcelo Nitsche, Totém de interpretação (1969), de Romanita Disconzi, Lateral de ônibus (1969), de Raymundo Colares, e

A revolução sexual experimentada durante a década de 60 também está presente nas obras, com artistas que pensaram as mudanças do estatuto da sexualidade no Brasil, caso de Wanda Pimentel, com sua série Envolvimento (1968) e Teresinha Soares com “A caixa de fazer amor (1967)”.

Serviço:

“Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70”
Quando: 31/05/2025 a 05/10/2025
Horários: De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Onde: Grande Galeria do edifício Pina Contemporânea, na Pinacoteca de SP
Endereço: Av. Tiradentes, 273, São Paulo (SP)
Valores: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso; gratuito aos sábados e no 2º domingo do mês
Ingressos: https://pinacoteca.org.br/visita/ingresso/

Já a exposição de Warhol segue em cartaz no Museu de Arte Brasileira (MAB Faap), em São Paulo, até 30 de junho.



Fonte: CNN Brasil

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