O presidente Donald Trump elevou as tarifas sobre produtos chineses para 125%, acelerando a escalada da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos. Ele também anunciou, porém, uma “pausa tarifária” de 90 dias para outros países.
O Brasil, que tem nos EUA e na China os seus dois principais parceiros comerciais, está submetido a uma das mais baixas taxas impostas pelo governo norte-americano, de 10%.
O índice de 10% é o mesmo ao qual estarão sujeitos os países para os quais Trump anunciou, nesta quarta-feira 9, a “pausa tarifária”. Segundo o republicano, pelo menos 75 países procuraram os Estados Unidos na tentativa de negociar as taxas aplicadas.
“Cada uma dessas soluções será personalizada”, segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. “Vai levar algum tempo, e o presidente Trump quer estar pessoalmente envolvido, por isso temos a pausa.”
O novo anúncio não traz efeitos imediatos ao Brasil, mas mostra disposição de Washington para negociar, o que já está no horizonte das autoridades brasileiras.
Nas últimas semanas, integrantes do Itamaraty e do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio têm mantido contato com representantes do Comércio dos EUA, com o objetivo principal de negociar as tarifas de 25% impostas por Trump à importação de aço e alumínio.
Em caráter reservado, interlocutores das Relações Exteriores dizem que o momento é de espera, uma vez que Trump não detalhou quais países estariam contemplados pela “pausa tarifária”.
Enquanto aguarda os detalhes do anúncio, a pasta articula mais uma rodada de negociação com os norte-americanos ainda nesta semana. A conversa deverá ter um caráter técnico.
Ativos sobem e descem
Esta quarta-feira, que marca uma semana do evento que Trump chamou de “Dia da Libertação”, tem sido de grande agitação no mercado financeiro, com altas e baixas em bolsas de valores de todo o mundo.
O recuo de Trump fez o Ibovespa – principal indicador das ações negociadas na bolsa de valores brasileira – disparar e fechar em alta de 3,2%, a 127.881 pontos. Mais cedo, o índice operou em queda.
A cotação do dólar também não passou incólume ao dia de volatilidade. Logo no início do pregão, com a retaliação da China, a moeda norte-americana chegou a subir 1,65%, cotada a 6,09 reais. Depois do anúncio de Trump, o dólar inverteu a trajetória e caiu 2,54%, fechando em 5,84 reais.
Por:Carta Capital
