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sábado, 19 abril, 2025
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Pausa no tarifaço para diversos países e novo golpe contra a China: a quarta-feira de Trump

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu uma guinada em sua guerra comercial nesta quarta-feira 9 ao anunciar uma “pausa” de 90 dias nas tarifas impostas a dezenas de países. A exceção é a China, que sofrerá com taxas de 125%, em resposta à retaliação de Pequim.

“É preciso ser flexível”, justificou o republicano na Casa Branca. Ele reconheceu que o anúncio de sua ofensiva tarifária generalizada na semana passada “assustou um pouco” os investidores.

Trump admitiu acompanhar de perto o mercado de títulos do Tesouro dos EUA, considerado um valor-refúgio, que tem sofrido nos últimos dias.

Acusou, porém, a China do que considera uma “falta de respeito” e puniu o país com tarifas alfandegárias de 125%, “com efeito imediato”.

Mais tarde, Trump disse não imaginar um novo aumento nas tarifas. “Não acho que seja necessário. Calculamos com muita precisão.”

Como mais de 75 países solicitaram negociações, ele autorizou “uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”. Foi um prêmio a essas nações por, segundo ele, não terem retaliado.

Isso significa que Trump mantém o imposto universal de 10% que entrou em vigor no sábado, no qual já estava incluída a maioria dos países latino-americanos — e do qual ficam excluídos Belarus, Cuba, Coreia do Norte e Rússia.

Canadá e México também estão sujeitos a um regime especial que implica tarifas de 25% (10% para os hidrocarbonetos canadenses), exceto para os produtos contemplados no Tratado de Livre Comércio da América do Norte.

Ninguém, no entanto, escapa dos tributos anteriormente aplicados sobre o alumínio, o aço e os automóveis.

Após a decisão de Trump, a bolsa de Wall Street disparou (Dow Jones +7,9%, S&P 500 +9,5% e Nasdaq +12,2%). O preço do petróleo, deprimido pelo risco de recessão, começou a subir.

Durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac, em Honduras, o presidente  Lula (PT) criticou nesta quarta a guerra tarifária de Trump.

“Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, declarou o petista. “Tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. A história nos ensina que guerras comerciais não têm vencedores.”

Se a comunidade latino-americana e caribenha permanecer separada, acrescentou Lula, a região corre o risco “de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão do globo entre superpotências”.  “O momento exige que deixemos as diferenças de lado”, completou.

Em reação a Trump, a União Europeia adotou nesta quarta-feira suas primeiras contramedidas, mirando mais de 20 bilhões de euros (133,7 bilhões de reais) em bens “fabricados nos Estados Unidos”.

A lista inclui produtos agrícolas como soja, aves e arroz. Também prevê sobretaxas de até 25% sobre madeira, motocicletas, produtos de plástico e equipamentos elétricos.

Enquanto isso, a guerra comercial mundial provoca temores de aumento da inflação, queda no consumo e no crescimento.

Ela poderia reduzir o comércio de bens entre as duas maiores economias do mundo em até 80% e eliminar quase 7%” do PIB global a longo prazo, alertou nesta quarta-feira a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala.

Além disso, não se descarta uma escalada diplomática entre Pequim e Washington, cuja relação já é tensa. A China instou seus cidadãos nesta quarta a tomarem precauções extremas caso viajem aos Estados Unidos.

(Com informações da AFP)



Por:Carta Capital

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