A Polícia Federal (PF), a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF) estão realizando nesta quinta-feira (22) a operação “Dente de Marfim”, que investiga supostos crimes de sonegação fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a empresa Mamute Conservação, Construção e Pavimentação. A empresa é responsável por serviços de conservação e limpeza de logradouros públicos em Manaus, contratada pela Prefeitura da cidade.
A operação mobiliza 70 policiais federais, que realizaram buscas simultâneas em várias regiões da cidade, incluindo a mansão do empresário Cirilo Anunciação, ex-sócio da Mamute Conservação, localizada no condomínio Residencial Ephigênio Salles. A PF cumpre 16 mandados de busca e apreensão e bloqueou R$ 30 milhões, além de outros bens de 34 investigados.
A investigação revelou indícios de emissão de notas fiscais com informações falsas por empresas que prestaram serviços à Mamute Conservação, com destaque para o envolvimento de um escritório de advocacia. Também foram identificados pagamentos significativos da empresa investigada e de seus sócios a um empresário e antigo líder de um partido político no Amazonas.
A PF apontou que as atividades ilícitas persistiram mesmo após a mudança da gestão do ex-prefeito Arthur Neto para David Almeida. Há indícios de que o gestor da secretaria municipal (Semulsp) teria recebido vantagens indevidas da empresa, além de nomeações para cargos municipais e troca de favores.
A investigação também aborda o contexto em que o contrato da Mamute não foi renovado pela Prefeitura de Manaus e a participação de um servidor de órgão fiscalizador com suposta influência nas negociações com a administração pública local.
A operação “Dente de Marfim” faz referência ao nome da empresa investigada, Mamute.
Contrato emergencial
Em fevereiro de 2022, a prefeitura assinou um contrato emergencial com a Mamute no valor de R$ 41 milhões. No entanto, a prefeitura substituiu a empresa posteriormente, optando pela MURB, e informou que a Mamute retirou seus colaboradores e equipamentos de operação sem aviso formal.
A operação em andamento reflete a importância das investigações contra crimes econômicos e corrupção, visando a transparência e a lisura nas atividades empresariais e governamentais.