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sexta-feira, 23 maio, 2025
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O que pode tirar Tarcísio da corrida presidencial em 2026, segundo Gleisi e Kassab – CartaCapital

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Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, figura entre os potenciais candidatos da direita à Presidência na próxima eleição. No Congresso, seu nome é frequentemente citado em conversas de bastidores entre parlamentares. Mas ele concorrerá mesmo? Pelo que dizem, a portas fechadas, Gilberto Kassab e Gleisi Hoffmann, não.

Comandante do PSD, Kassab é o homem forte da gestão Tarcísio, além de secretário estadual de Governo e Relações Institucionais. Recentemente, comentou a um empresário que Jair Bolsonaro é uma pedra no caminho de uma candidatura presidencial do governador.

Para concorrer, Tarcísio teria de deixar o cargo atual no início de abril de 2026, seis meses antes do pleito — exigência da legislação eleitoral. Dessa maneira, se tornaria alvo de ataques do clã Bolsonaro por vários meses antes mesmo de a campanha começar.

Pelo que se sabe até agora, o capitão planeja declarar-se candidato e registrar chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda que esteja inelegível por decisão da corte e mesmo que seja condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe.

Em 2018, Lula estava preso em Curitiba desde abril e teve a candidatura registrada pelo PT em 15 de agosto. Só saiu efetivamente da corrida após o TSE rejeitar a chapa em 1º de setembro.

A relação complexa entre Bolsonaro e Tarcísio leva um deputado do PT a teorizar, a propósito da postura do presidente da Câmara, Hugo Motta, de não pautar a lei de anistia a golpistas: “A votação da anistia vai expor uma traição: ou ao Bolsonaro ou ao Tarcísio”. Motta é do Republicanos, partido do governador paulista.

Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais do governo Lula, tem avaliação parecida com a de Kassab. Para a petista, Tarcísio teria de decidir cedo demais se abandonaria o governo paulista para disputar a Presidência. Em abril de 2026, o cenário eleitoral pode ainda não estar suficientemente claro. Lula e seu governo poderão recuperar popularidade, o que fortaleceria o presidente. Por que Tarcísio abriria mão de uma vitória aparentemente mais fácil em São Paulo para se arriscar a ficar sem cargo algum?

Em maio de 2021, apenas 24% da população aprovava o governo Bolsonaro, conforme o Datafolha. A pior marca foi registrada em setembro daquele ano: 22%. Quando a campanha presidencial começou, em agosto de 2022, o índice havia subido para 30%. Às vésperas do segundo turno, era de 38%.

Lula também atingiu seus piores índices de popularidade no ano que antecede a tentativa de reeleição. Em fevereiro de 2025, a avaliação positiva do governo era de 24%, segundo o Datafolha. Em abril, subiu para 29%.

O ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, aposta que o presidente venceria mesmo que a eleição ocorresse durante o período de pior avaliação. Para ele, a força das políticas públicas e do cargo de presidente torna o mandatário — qualquer que seja — sempre um nome forte. Faltou pouco para Bolsonaro renovar o mandato.

Para Gleisi, o apelo popular do governo tende a crescer até a eleição, impulsionado por medidas como a proposta de isenção do imposto de renda para salários de até cinco mil reais e o barateamento da conta de luz para as camadas mais pobres.



Por:Carta Capital

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