Ao longo da história natural do planeta, os animais desenvolveram mecanismos extremamente variados para garantir sua sobrevivência, seja na caça ou na defesa.
Em ambientes onde predadores e presas coexistem em constante disputa, características como dentes mais afiados, pernas longas para correr ou saltar mais rápido, carapaças resistentes, garras e olhos adaptados à visão noturna se tornaram estratégias evolutivas fundamentais.
Entre essas adaptações, algumas espécies desenvolveram toxinas e peçonhas altamente especializadas, capazes de paralisar, ferir ou até matar outros animais.
Quando seres humanos entram em contato acidental com essas substâncias, seja por picadas ou mordidas, o resultado pode ser grave e requer atenção médica imediata. Por isso, hoje vamos descobrir como agir em caso de picada de cobra, aranha ou escorpião.
O que você precisa saber sobre picada de cobra, escorpião e aranha
Veja o que fazer ao ser picado por um animal peçonhento
Picadas de animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas são emergências médicas que exigem ação rápida e correta.

Esses animais possuem glândulas de veneno e são capazes de injetar toxinas no corpo humano por meio de mordidas ou ferroadas.
Os efeitos variam conforme o tipo de veneno e a sensibilidade da vítima, podendo incluir dor local, necrose, paralisia, insuficiência respiratória e até óbito. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra dezenas de milhares de acidentes com animais peçonhentos todos os anos, sendo mais comuns em áreas rurais e quentes.
Picada de cobra
A primeira coisa a fazer é manter a pessoa calma e imóvel, para evitar que o veneno se espalhe mais rapidamente pelo corpo.

Segundo o Instituto Butantan, o ideal é manter o membro afetado na posição horizontal e não aplicar torniquetes, gelo, nem tentar sugar ou cortar o local da picada. Todas essas práticas são contraindicadas e podem piorar o quadro.
A vítima deve ser levada imediatamente ao hospital, de preferência a um centro de referência em soroterapia. Se possível, é útil identificar a cobra ou tirar uma foto dela, mas nunca tentar capturá-la.
O tratamento é feito com soro específico, como o antibotrópico ou antielapídico, dependendo da espécie. A Anvisa reforça que os soros são fornecidos gratuitamente pelo SUS em hospitais de referência.
Picada de escorpião
Em caso de picada de escorpião, é importante manter a vítima em repouso e hidratada. O Instituto Butantan orienta a não aplicar nada no local da picada, como álcool, pomadas ou gelo. Tampouco se deve cortar, sugar ou apertar o ferimento. A dor pode ser intensa, mas o uso de analgésicos só deve ser feito após avaliação médica.

Os sintomas mais graves ocorrem principalmente em crianças, podendo incluir vômitos, suor excessivo, agitação e alterações cardíacas. Em casos assim, a aplicação do soro antiescorpiônico pode ser necessária.
Crianças com sintomas sistêmicos devem ser levadas imediatamente a uma unidade hospitalar. A Fiocruz destaca que os escorpiões amarelos, como o Tityus serrulatus, são os mais perigosos e causam a maioria das hospitalizações no país.
Picada de aranha
As aranhas mais perigosas no Brasil são a armadeira, a aranha-marrom e a viúva-negra. Segundo o Butantan, a maioria das picadas é acidental, ocorrendo durante atividades como jardinagem ou ao vestir roupas.

Os primeiros sintomas podem ser dor, vermelhidão, coceira e, nos casos mais graves, necrose ou alterações neurológicas.
Em caso de picada, a orientação é lavar o local com água e sabão e manter a vítima em repouso. Não se deve aplicar pomadas caseiras, gelo ou calor. O transporte ao hospital deve ser feito com tranquilidade.
A aranha pode ser levada morta, se capturada com segurança, para ajudar na identificação. O soro antiaracnídico é reservado para os casos moderados ou graves, e deve ser administrado exclusivamente em ambiente hospitalar com acompanhamento médico.
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Quando procurar atendimento médico
Sempre que houver dor intensa, inchaço progressivo, alteração na coloração da pele, suor excessivo, vômitos, dificuldade para respirar ou perda de consciência, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao hospital.
Crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades são mais vulneráveis e requerem atenção ainda maior.
Segundo o próprio Instituto Butantan, a maior parte dos acidentes pode ser resolvida com atendimento médico rápido e eficaz.
A automedicação e os tratamentos caseiros devem ser evitados. O Brasil possui uma rede de centros de toxicologia e unidades de referência em tratamento com soros. Em caso de dúvida, é possível entrar em contato com o Disque Intoxicação (0800 722 6001), disponível 24 horas por dia.
Com informações do Instituto Butantan, Fiocruz, Ministério da Saúde e Anvisa.
Fonte: Olhar Digital