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sábado, 19 abril, 2025
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Novo Ozempic? Entenda como funciona a pílula que deve substituir a injeção

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Conforme noticiamos na última quinta-feira (17), uma pílula de Ozempic foi desenvolvida pela empresa farmacêutica Eli Lilly para substituir as canetas injetáveis. Mas como a medicação sólida vai atuar contra a obesidade e diabetes tipo 2 ao substituir as injeções?

A farmacêutica publicou um release (veja aqui) que demonstra os resultados alcançados pelo remédio. A ideia é submeter o ensaio clínico completo para análise do órgão regulatório estadunidense, o Food and Drug Administration (FDA).

Segundo o estudo, as maiores doses do medicamento (em torno de 36 mg) levaram à queda de 8% da gordura corporal dos mais de 550 pacientes em que foi testado.

Doses menores, felizmente, também demonstraram um resultado positivo: quem tomou 12 mg perdeu 6% de gordura corporal; já com 3 mg, foi detectada a queda de 5% de gordura.

Para quem tem pressa:

  • A empresa farmacêutica Eli Lilly criou uma pílula com a mesma eficácia do Ozempic injetável;
  • O medicamento pode ter eficácia superior ao comprimido concorrente Rybelsus, da Novo Nordisk;
  • O estudo mostra uma perda eficiente de gordura corporal e controle da diabetes tipo 2;
  • Caso seja aprovado pelo órgão regulador estadunidense, o FDA, a ‘pílula de Ozempic’ pode chegar ao mercado já em 2026.

Como funciona a ‘pílula de Ozempic’?

O mecanismo de ação dessa pílula, consoante o release publicado pela empresa, é comparável às injeções de Ozempic e Mounjaro: a substância orforgliprona imita o comportamento de alguns hormônios, os quais informam ao cérebro que o estômago está cheio; esta ação diminui o apetite, auxilia no controle da glicose, e ajuda a emagrecer porque, por sentir-se saciado, a pessoa demora mais tempo para comer.

Mulher tomando paracetamol depois da vacina
Mulher tomando uma pílula (Reprodução: Doucefleur/Shutterstock)

O maior desafio para criar uma pílula da classe dos GLP-1 eram os peptídeos: um pequeno grupo de proteínas fragmentadas. As canetas, por serem medicamentos injetáveis, não tem problema para administrar os peptídeos no corpo — a pílula, por outro lado, precisaria ser digerido no estômago e isso destruiria os peptídeos que fariam o remédio funcionar.

Então, o objetivo era desenvolver um fármaco sólido de via oral cujas propriedades não fossem destruídas durante o processo de digestão. Nisso, precisavam de uma molécula diferente de um peptídeo, mas cuja ação se assemelhasse a de uma.

Segundo o jornal The New Tork Times, a japonesa Chugai Pharmaceutical Co. tinha a resposta e a licenciou para a empresa Eli Lilly: uma molécula ainda menor do que um peptídeo.

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Esta molécula minúscula tinha a seguinte função: encaixar-se dentro da proteína que seria utilizada para ativar o GLP-1 no corpo humano. Uma vez ali dentro, a molécula obriga a proteína a funcionar da mesma forma como se o peptídeo estivesse inteiro.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
Caneta injetável de Ozempic (Reprodução: Marc Bruxelle/Shutterstock)

Isto é: a molécula engana a proteína (peptídeo) e isso faz a pílula funcionar com o mesmo efeito que uma caneta injetável da classe dos GLP-1, sem que a digestão da pílula no estômago interfira na eficácia do medicamento.

Todo esse esforço é notável porque a pílula deve funcionar com ou sem comida e a qualquer hora do dia — algo inovador para o tratamento da diabetes, visto que a insulina existe há décadas, também é um fármaco à base de peptídeos e que só está disponível de forma injetável.

A ideia de criar um medicamento oral não é nova: a Novo Nordisk já tem uma medicação oral comparável ao Ozempic e o Wegovy, chamada Rybelsus.

No entanto, o fármaco tem a orientação de ser administrado com doses altas, justamente porque a tecnologia utiliza o peptídeo inteiro — ao contrário do medicamento da Eli Lilly — e tem recebido indicativos de possuir uma eficácia menor porque boa parte da proteína é digerida pelo estômago.

Quais os efeitos colaterais?

Todo medicamento ou vacina que tem o funcionamento cientificamente comprovado possui efeitos colaterais. Com a ‘pílula de Ozempic’ não é diferente.

Os efeitos colaterais registrados pela empresa desenvolvedora foram náuseas, indigestão e diarréia: similares àqueles ocorridos durante o tratamento com as canetas injetáveis.

Os especialistas ainda precisam realizar mais análises sobre o estudo que justifica a eficácia do remédio, assim como a agência reguladora FDA. A proposta, no entanto, é que se esta alternativa for aprovada para comercialização, deve representar uma alternativa mais prática do que a medicação injetável.

Estima-se que o remédio chegue ao mercado em 2026.




Fonte: Olhar Digital

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