Nova tendência no ChatGPT usa a IA para realizar o que chamam de “pesquisa de localização reversa” em fotos


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Uma nova tendência está ganhando força no ChatGPT: usuários estão explorando as capacidades avançadas da IA para realizar o que chamam de “pesquisa de localização reversa” em fotos.
A popularidade crescente dessa prática levanta questões sobre privacidade e o potencial uso indevido do chatbot.
ChatGPT descobre onde as fotos foram tiradas
- O fenômeno ganhou impulso após o recente lançamento pela OpenAI de seus modelos de IA de última geração, o3 e o4-mini.
- Uma das características distintivas desses modelos é a sua habilidade de “raciocinar” exclusivamente a partir de imagens carregadas.
- Na prática, eles conseguem analisar fotos com detalhes impressionantes, realizando cortes, rotações e zooms, mesmo em imagens que apresentem borrões ou distorções.
- A combinação dessa sofisticada capacidade de análise visual resultou em uma ferramenta poderosa para a identificação de locais.
Usuários do X (antigo Twitter) rapidamente descobriram que o modelo o3, em particular, demonstra uma notável precisão em adivinhar cidades, pontos turísticos e até mesmo estabelecimentos comerciais como restaurantes e bares, tudo a partir de pistas visuais presentes nas imagens.
No exemplo abaixo, o ChatGPT usa até as cores da placa do carro para descobrir onde a imagem foi capturada:
Wow, nailed it and not even a tree in sight. pic.twitter.com/bVcoe1fQ0Z
— swax (@swax) April 17, 2025
Os modelos de IA não parecem depender de “memórias” de conversas anteriores ou de dados EXIF, metadados incorporados às fotos que podem revelar informações como o local onde foram capturadas. Em vez disso, a análise parece se basear puramente no conteúdo visual da imagem.
Apesar dos avanços, o o3 não é infalível nessa tarefa. Usuários do X também relataram inconsistências, com o modelo preso em loops de raciocínio sem conseguir chegar a uma resposta confiável ou sugerindo localizações incorretas.
Diversão ou ameaça à privacidade?
O potencial problema de privacidade inerente a essa tendência é evidente. Nada impede que indivíduos mal-intencionados usem fotos compartilhadas em plataformas como o Instagram e utilizem o ChatGPT para tentar descobrir a localização exata da imagem e, consequentemente, da pessoa retratada.

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Nom fim, essa tendência ilustra os riscos de privacidade que acompanham o desenvolvimento de modelos de IA cada vez mais capazes. Surpreendentemente, parece que não há nenhuma proteção implementada para impedir esse tipo de “busca de localização reversa” no ChatGPT.
A OpenAI, a empresa por trás da ferramenta, também não abordou essa questão específica em seu relatório de segurança para os modelos o3 e o4-mini.
Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.
Fonte: Olhar Digital