Revolta dos artistas amazonenses toma conta das redes sociais
A possível nomeação de Caio André, ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), para a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC-AM) gerou uma onda de revolta entre os artistas amazonenses. A categoria questiona a escolha, argumentando que André não possui experiência suficiente para liderar um setor tão estratégico quanto o da cultura. Além disso, seu histórico na CMM é marcado por polêmicas, incluindo falta de transparência e suspeitas de má aplicação de recursos públicos.
Artistas pedem revisão da decisão
Artistas de diversas áreas, como música, teatro, dança e artes visuais, têm se mobilizado nas redes sociais para expressar sua insatisfação. Eles pedem ao governador Wilson Lima que reconsidere a nomeação de Caio André, destacando que a cultura é um pilar essencial para o desenvolvimento social e econômico do Amazonas. A revolta dos artistas amazonenses ganhou força com a convocação de reuniões e manifestações públicas, nas quais exigem um gestor com conhecimento técnico e capacidade de diálogo com a classe artística.
Norma Araújo lidera mobilização
A atriz Norma Araújo tem sido uma das vozes mais ativas nessa mobilização. Em suas redes sociais, ela convocou a classe artística para pressionar o governador a repensar a escolha. Araújo sugeriu que Wilson Lima considere nomes com experiência comprovada na área, como Marcos Apolo Muniz e Robério Braga, ambos ex-gestores da SEC-AM. A revolta dos artistas amazonenses se baseia, principalmente, na falta de envolvimento de Caio André com o setor cultural durante sua trajetória política.
Histórico polêmico na CMM
Durante sua gestão como presidente da CMM, Caio André foi alvo de diversas críticas. Entre as principais acusações estão a falta de transparência nos gastos públicos e a contratação de funcionários fantasmas. Em 2023, a CMM recebeu a classificação “inexistente” no ranking do Radar de Transparência Pública, refletindo a dificuldade de acesso a informações sobre seus gastos e atividades. Além disso, processos licitatórios sob sua gestão foram suspensos por suspeitas de irregularidades.
Acusações de favorecimento e desvios
Um dos casos mais emblemáticos envolveu a destinação de uma emenda parlamentar no valor de R$ 563 mil para o Instituto Tecnológico, Mineração, Preservação Ecológica, Social Cultural e Desportivo (IMPESDAM). O instituto, que deveria estar localizado na zona oeste de Manaus, não foi encontrado no endereço indicado. No local, funciona há anos uma assistência técnica de celulares. Esses episódios reforçam a revolta dos artistas amazonenses, que veem na possível nomeação de Caio André um risco para a gestão da cultura no estado.
Cultura exige gestão qualificada
A revolta dos artistas amazonenses não se resume a críticas pessoais, mas reflete uma preocupação legítima com o futuro da cultura no Amazonas. O setor demanda um gestor com capacidade de articulação, conhecimento técnico e compromisso com a transparência. A nomeação de Caio André, diante de seu histórico polêmico, coloca em xeque a capacidade do governo estadual de atender às demandas da classe artística e promover o desenvolvimento cultural de forma eficiente.