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sábado, 31 maio, 2025
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NASA recebe sinal via laser enviado a milhões de quilômetros

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Trata-se da maior distância da história; resultados mostram que será possível montar uma linha de comunicação entre a Terra e Marte.

Representação artística da sonda Psyche, da NASA, na órbita do asteroide 16 Psyche
Representação artística da sonda Psyche, da NASA, na órbita do asteroide 16 Psyche (Imagem: buradaki/Shutterstock)

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A NASA continua conduzindo testes com seu promissor e revolucionário sistema de comunicação interespacial. O mecanismo não usa ondas de rádio, como costume, mas sim um laser infravermelho. Os experimentos da Agência Espacial Americana ocorreram entre os anos de 2023 e 2024. Os dados partem da sonda Psyche em direção à Terra.

Na maior distância já testada, o sinal viajou por 460 milhões de quilômetros – ou seja, mais de duas vezes e meia a distância entre o nosso planeta e o Sol. Logo após atingir esse marco em 29 de julho, a demonstração tecnológica concluiu a primeira fase de suas operações desde o lançamento a bordo do Psyche.

Essa distância também é superior ao intervalo entre a Terra e Marte. Ou seja: a NASA acredita ser possível manter uma linha de comunicação permanente entre nós e o Planeta Vermelho (quando chegarmos lá).

“Este marco é significativo. A comunicação a laser exige um nível altíssimo de precisão e, antes do lançamento da Psyche, não sabíamos quanta degradação de desempenho veríamos em nossas maiores distâncias”, disse Meera Srinivasan, líder de operações do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia. “Agora, as técnicas que usamos para rastrear e apontar foram verificadas, confirmando que as comunicações ópticas podem ser uma forma robusta e transformadora de explorar o sistema solar.”

Ilustração da nave Psyche, que deve chegar ao seu destino final em 2029 – Imagem: Nasa/JPL-Caltech/ASU

As experiências anteriores

  • A NASA lançou a sonda Psyche em 13 de outubro de 2023, a bordo do SpaceX Falcon Heavy, com o objetivo de estudar o asteroide 16 Psyche.
  • Os astrônomos acreditam que esse corpo celeste seja feito inteiramente de metais, principalmente ferro e níquel, os mesmos elementos do núcleo da Terra.
  • Para alguns pesquisadores, esse pode ser até mesmo o núcleo de um planeta em construção!
  • A previsão é que a sonda chegue à órbita do asteroide apenas em 2029.
  • Até lá, porém, a NASA vem fazendo esses testes de comunicação.
  • O primeiro – e talvez o mais famosos – ocorreu no fim de 2023, quando a agência conseguiu enviar o vídeo em alta definição de um gatinho brincando.

  • Depois disso, vieram os testes mais distantes: a 53, 226, 390 e 460 milhões de quilômetros.
  • Os 53 milhões de quilômetros são a menor distância possível entre a Terra e Marte.
  • Nesse caso, a taxa máxima de envio de dados foi de 267 megabits por segundo.
  • Já a maior distância entre os dois planetas é de 390 milhões de quilômetros, onde a taxa caiu para 6,25 megabits por segundo.

O que ainda falta?

Sim, houve uma queda substancial, mesmo assim a NASA comemora os resultados. Afirma que o sistema óptico no espaço profundo é mais poderoso e eficiente do que o tradicional por radiofrequência.

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Agora, embora a tecnologia se mostre muito promissora, ainda há alguns problemas que precisam ser resolvidos. Por exemplo, as observações ópticas são interrompidas por nuvens – algo que não acontece nas comunicações por rádio.

Gráfico mostra a distância que a mensagem percorreu em um dos experimentos da agência – Imagem: NASA/JPL-Caltech

Independentemente desses obstáculos, a NASA parece disposta a apostar nessa tecnologia, que será essencial na exploração do espaço profundo. O Olhar Digital segue acompanhando.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 26/04/2024.


Bob Furuya

Colaboração para o Olhar Digital

Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.




Fonte: Olhar Digital

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