Paulo Onça não resiste a agressão sofrida após acidente e morre em Manaus
O compositor e sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido artisticamente como Paulo Onça, morreu na tarde desta segunda-feira (26), em Manaus, aos 63 anos. A morte foi confirmada pelo advogado Ezaquiel Leandro à Rede Amazônica. O artista estava internado há quase seis meses após ser brutalmente agredido em decorrência de um acidente de trânsito ocorrido em dezembro de 2024, no bairro Praça 14 de Novembro, na capital amazonense.
Figura respeitada no cenário do samba, Paulo Onça era reconhecido nacionalmente por suas composições para escolas de samba, em especial para a Acadêmicos do Grande Rio, e por colaborações com grandes nomes do gênero, como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.
Violência após acidente de trânsito levou artista à internação
O episódio que levou à internação de Paulo aconteceu em um trecho da Rua Major Gabriel, na Zona Sul de Manaus. Após uma colisão de veículos, ele foi agredido pelo comerciante Adeilson Duque Fonseca. Segundo relatos, a situação, que inicialmente era um acidente de trânsito, rapidamente evoluiu para um ato de violência.
Gravemente ferido, Paulo foi encaminhado ao hospital e precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência. Desde então, seu estado de saúde era considerado delicado e, apesar dos esforços médicos, ele não resistiu às complicações resultantes da agressão.
Trajetória marcada pelo samba e por grandes parcerias
Natural de Manaus, Paulo Onça construiu uma carreira sólida no samba, gênero ao qual se dedicava com paixão. Era conhecido por seu trabalho como compositor e por sua presença atuante nos bastidores das escolas de samba. Sua ligação com a Acadêmicos do Grande Rio lhe rendeu reconhecimento entre os principais compositores do carnaval carioca.
Além disso, Paulo Onça acumulava parcerias com alguns dos maiores ícones do samba, como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, contribuindo com letras que marcaram a trajetória de ambos e que reverberam entre os amantes do gênero.
Comoção no meio artístico e apelo por justiça
A notícia do falecimento de Paulo Onça gerou grande comoção entre amigos, colegas e fãs. Diversas figuras do samba usaram as redes sociais para prestar homenagens ao artista e expressar indignação diante da violência que levou à sua morte.
Entidades ligadas ao samba e à cultura popular também se pronunciaram, reforçando o papel de Paulo como um defensor da música brasileira e exigindo justiça pelo crime.
O caso de agressão está sendo investigado pelas autoridades locais, e há expectativa por novos desdobramentos após o falecimento do compositor. O agressor, Adeilson Duque Fonseca, deve agora responder não apenas pela agressão, mas também pela morte de Paulo.
Legado de talento e resistência
Mesmo em meio à tragédia, a trajetória de Paulo Onça deixa um legado que transcende a dor. Sua contribuição ao samba, sua dedicação à cultura popular e suas letras permanecem como registros de uma vida dedicada à arte. A comunidade cultural de Manaus, bem como o universo do samba no Brasil, perde uma voz importante, mas o nome de Paulo Onça segue presente na memória dos palcos e nas rodas de samba.
Informações sobre o velório e sepultamento do compositor ainda não foram divulgadas pela família.