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segunda-feira, 7 abril, 2025
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Mistério dos barcos solares de Quéops intriga arqueólogos até hoje

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Em 1954, uma escavação liderada pelo arqueólogo egípcio Kamal el-Mallakh revelou uma das descobertas mais impressionantes da história da arqueologia egípcia. Sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé, duas enormes embarcações estavam enterradas em fossos esculpidos na rocha e lacrados com blocos de calcário. Os objetos chamaram atenção por sua semelhança com as míticas “barcas solares” do deus Rá, figura central da mitologia egípcia.

As embarcações, conhecidas como barcos de Quéops, foram enterradas em homenagem ao faraó responsável pela construção da pirâmide. No entanto, especialistas ainda não chegaram a um consenso sobre sua função. A principal hipótese é que os barcos não foram feitos para navegar neste mundo, mas sim para conduzir Quéops em sua jornada simbólica após a morte, quando ele se transformaria no deus solar Rá.

grande pirâmide de gizé
As barcas solares foram encontradas sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé (Imagem: EaglePOV / Shutterstock.com)

Teorias sobre o uso dos barcos de Quéops

  • Apesar da teoria dominante, há estudiosos que sugerem que os barcos solares de Quéops podem, de fato, ter sido utilizados em vida.
  • Para esses pesquisadores, as embarcações poderiam ter sido empregadas como barcas funerárias, navegando pelo Nilo durante os rituais fúnebres do faraó, ou ainda como parte de uma frota utilizada pelo próprio Quéops em peregrinações religiosas.
  • As duas embarcações impressionam não apenas por seu simbolismo religioso, mas também por sua complexidade técnica.
  • Cada barco possui cerca de 43 metros de comprimento e é considerado um exemplo notável da engenharia naval do Egito Antigo.
  • Uma análise recente apontou que as embarcações foram construídas com cedro do Líbano, madeira importada devido às suas propriedades mecânicas superiores, durabilidade e resistência à água.

Montagem e preservação ao longo dos séculos

Quando foram descobertos, os barcos estavam intencionalmente desmontados, com mais de mil peças cuidadosamente empilhadas nos fossos subterrâneos. A primeira embarcação levou mais de um ano e meio para ser removida e restaurada. Após décadas exposta no Museu do Barco Solar em Gizé, foi transferida em 2021 para o Grande Museu Egípcio, próximo às pirâmides.

Já o segundo barco permaneceu lacrado até 2009, devido à complexidade de sua extração. Com as duas embarcações agora remontadas, arqueólogos puderam analisar mais profundamente as técnicas de construção utilizadas. Um dos detalhes mais surpreendentes é que as estruturas foram montadas sem o uso de pregos. As pranchas de madeira se encaixavam com precisão, unidas por um sistema de amarrações que mantinha a estrutura firme e vedada.

Fossos dos barcos solares ao redor da Grande Pirâmide de Quéops, onde uma embarcação intacta em tamanho real feita de madeira de cedro do Líbano foi encontrada em 1954, no planalto de Gizé (Imagem: CK-TravelPhotos / Shutterstock.com)

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Considerando que o reinado de Quéops ocorreu entre 2589 e 2566 a.C., a sofisticação técnica dos barcos se destaca ainda mais. Usando apenas ferramentas de cobre e sílex, os artesãos egípcios conseguiram criar embarcações que, segundo especialistas, poderiam ainda hoje navegar, caso fossem lançadas na água.

Aos 4.500 anos de idade, os barcos solares de Quéops são atualmente as embarcações intactas mais antigas conhecidas no mundo. Apesar de seu potencial de navegação, seu real propósito continua sendo motivo de debate. O mistério sobre se essas embarcações realmente navegaram pelo Nilo ou se foram construídas apenas para uma jornada simbólica rumo ao além permanece sem resposta definitiva.




Fonte: Olhar Digital

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