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quarta-feira, 2 abril, 2025
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mineração no fundo do mar deixa ‘cicatrizes’ por anos

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Estudo aponta que as marcas deixadas por um experimento de mineração feito há mais de 40 anos ainda estão visíveis

fundo do mar, oceano
Imagem: Shutterstock/Damsea

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O processo de mineração já devastou muitas áreas do planeta, trazendo prejuízos ambientais importantes. No entanto, a demanda por minerais não para de aumentar e é difícil imaginar que isso mude (pelo menos num futuro próximo).

Dessa forma, muitas empresas estão de olho no fundo do mar. Esta região possui depósitos inexplorados de níquel e cobalto, por exemplo. Enquanto não há regras claras sobre este tipo de atividade, pesquisadores realizam estudos para entender os possíveis danos disso aos ecossistemas marinhos.

Experimento de 1979 revela pistas dos impactos da mineração

  • Um recente estudo do Centro Nacional de Oceanografia e do Museu de História Natural de Londres analisou um local que foi extraído como parte de um experimento em 1979.
  • Tanto tempo depois, este trecho da Zona Clarion-Clipperton (CCZ) contém pistas sobre os impactos provocados pela mineração no fundo do mar.
  • Segundo os cientistas, a observação mais impressionante é que “os rastros feitos pela máquina de mineração há mais de 40 anos parecem quase como se tivessem sido feitos ontem”.
  • Isso comprova que os processos biológicos no fundo do mar são bastante lentos.
  • O mais interessante, porém, é que a vida animal começou a recolonizar a área, localizada no Pacífico.
  • As conclusões foram apresentadas em estudo publicado na revista Nature.
Experimento de mineração no fundo do mar deixou marcas ainda visíveis (Imagem: Centro Nacional de Oceanografia e do Museu de História Natural de Londres)

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Efeitos nos ecossistemas marinhos ainda são desconhecidos

O trabalho encontrou evidências claras de mudanças de longo prazo nos sedimentos, com uma seção de 8 metros do fundo do mar limpa de nódulos com sulcos em ambos os lados, onde a máquina passou há mais de quatro décadas.

Quando se tratava de vida selvagem, os efeitos foram mais variáveis. Os pesquisadores destacam que é muito difícil, ou talvez impossível, quantificar o impacto ecológico desse único distúrbio para efeitos ecossistêmicos ou globais.

Impactos para a vida marinha ainda não estão claros (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

De qualquer forma, a pesquisa mostrou sinais de recuperação biológica quando se trata de pequenas criaturas. Já para animais maiores, os impactos parecem ter sido mais intensos, com poucas espécies sendo encontradas.

Por fim, os cientistas afirmaram que ainda não foi possível calcular os efeitos da mineração no fundo do mar para ecossistemas mais amplos. Apesar disso, eles destacam que há um grande potencial de perda de biodiversidade.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.




Fonte: Olhar Digital

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