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quarta-feira, 4 junho, 2025
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Leite sem vaca? Startup produz whey de maneira inusitada

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Future Cow aplica fermentação de precisão para produzir proteína do leite a partir de sequenciamento genético com baixo impacto ambiental

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88% do leite de vaca é apenas água, sem nenhum valor comercial (Imagem: ahavelaar/iStock)

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A startup brasileira Future Cow quer produzir leite sem necessitar de vacas. O método alternativo se baseia na fermentação de precisão, que cria a proteína de leite com o mesmo sabor e textura, mas sem nenhum impacto animal.

Com apoio da Fapesp, o processo será apresentado na feira internacional VivaTech, evento que reúne startups na Europa, entre 11 e 14 de junho em Paris (França), em um estande da Universidade de São Paulo (USP).

A ideia é atrair investidores para o negócio, que, segundo a foodtech, pode ser até 50% mais barato do que técnicas convencionais com vacas em produção de escala industrial.

Startup quer aumentar rendimento de whey e caseína a partir de fermentação semelhante a de
vinhos e cervejas (Imagem: Farion_O/iStock)

Como funciona a criação do whey?

  • Na primeira etapa, a equipe faz o download do sequenciamento genético do DNA da proteína do leite;
  • Depois, a empresa codifica o hospedeiro (como leveduras, fungos ou bactérias) com as “instruções” do DNA da vaca para que ele produza o produto desejado;
  • O DNA + hospedeiro começa a se reproduzir. Ele é colocado em tanques de fermentação (assim como se faz cerveja e vinhos) para obter a proteína do leite;
  • Após a fermentação, eles separam, precipitam e secam a proteína;
  • A proteína seca pode ser adicionada à água e demais ingredientes para reconstituição do “leite” sem origem animal – que pode ser usado na fabricação de sorvetes, queijos e, basicamente, qualquer produto a base de laticínios.

Leia mais:

Método alternativo pode reduzir gastos da indústria de laticínios pela metade (Imagem: esilzengin/iStock)

A empresa explica que 88% do leite de vaca é apenas água, sem nenhum valor comercial. Apenas 3% são proteínas, como caseína, amplamente utilizada na produção de queijos e iogurtes, e whey, popular no mercado de suplementos alimentares.

Com fermentação de precisão, é possível produzir a proteína do leite idêntica em apenas 72 horas, com redução de até 97% das emissões de CO², 99% do consumo de água e até 60% da energia, de acordo com a Future Cow.

Segundo a Agência Fapesp, a startup está testando o escalonamento do processo em um ambiente de fábrica a partir de uma cepa já funcional com foco em whey e caseína. O objetivo é aumentar o rendimento da produção e iniciar a comercialização em 2026.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.




Fonte: Olhar Digital

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