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terça-feira, 17 junho, 2025
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James Webb descobre galáxias que transformaram o universo

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Segundo os cientistas, a luz ultravioleta que brilha nessas galáxias teria permitido dissipar a névoa cósmica do Universo

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MACS J1423, uma galáxia em estágio inicial de formação nos primórdios do Universo. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, C. Willott (NRC-Canada), L. Mowla (Wellesley College), K. Iyer (Columbia)

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Uma descoberta impressionante foi feita por astrônomos, usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST). Eles detectaram pequenas galáxias que podem ter impulsionado uma grande transformação no Universo.

Segundo os pesquisadores, a luz ultravioleta (UV) que brilha nesses pontos pode ter alimentado uma época conhecida como Era da Reionização. Isso teria servido para “limpar” a névoa de gás hidrogênio que dominou o Universo em seu primeiro bilhão de anos.

Névoa cósmica acabou sendo dissipada

  • Após o Big Bang, o Universo passou por um período conhecido como “Idade das Trevas”;
  • A matéria estava em um estado predominantemente neutro e opaco à radiação;
  • Com o tempo, as primeiras estrelas e galáxias começaram a se formar, marcando o início da Era da Reionização;
  • Segundo os cientistas, a luz ultravioleta delas foi responsável pelo processo de retirada do gás nesta fase do Universo;
  • Dessa forma, pequenas galáxias passando por rápida formação de estrelas, ou “explosões de estrelas”, podem ter desempenhado um papel na reionização dessa névoa de hidrogênio.
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb (Imagem: 24K-Production/Shutterstock)

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Luz ultravioleta das galáxias teve papel fundamental

No novo trabalho, os cientistas procuraram galáxias pequenas e prolíficas desse período. Eles se debruçaram sobre as imagens do James Webb de um aglomerado de galáxias conhecido como Abell 2744, ou Aglomerado de Pandora, a cerca de 4 bilhões de anos-luz da Terra. Por meio de um processo chamado lente gravitacional, a massa significativa do aglomerado curva a luz ao seu redor, ampliando galáxias minúsculas e distantes que existiram durante o primeiro bilhão de anos do Universo.

A equipe, então, procurou luz verde emitida por átomos de oxigênio que haviam perdido dois de seus elétrons. A presença desse oxigênio “duplamente ionizado” indica que os processos próximos estavam produzindo forte luz ultravioleta que derrubou esses elétrons. Essa mesma luz UV poderia ter reionizado a névoa de gás hidrogênio que permeava o Universo.

Satélite identificou 83 pequenas galáxias com formação estelar explosiva (Imagem: NASA/ESA/CSA/Bezanson et al. 2024 e Wold et al. 2025)

Foi assim que os pesquisadores identificaram 83 pequenas galáxias com formação estelar explosiva. Combinadas, elas produziram muita luz ultravioleta, e seu pequeno tamanho permitiu que essa luz brilhasse mais longe no Universo. Se essas galáxias antigas forem parecidas com as galáxias atuais com altas taxas de formação de estrelas, como as galáxias “ervilha verde”, elas poderiam ter emitido toda a luz ultravioleta necessária para ionizar o hidrogênio neutro do Universo, de acordo com o estudo.


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Flavia Correia

Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.




Fonte: Olhar Digital

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