No segundo dia de cessar-fogo, Israel libertou 90 prisioneiros palestinos, horas após o Hamas libertar três reféns israelenses. O frágil acordo de trégua entrou em vigor no domingo (19/1), após 15 meses de uma guerra devastadora na Faixa de Gaza. A ajuda humanitária começou a chegar ao enclave palestino logo após a trégua ser estabelecida, com um total de 630 veículos entrando em Gaza no primeiro dia, segundo a ONU.
Após 471 dias de cativeiro, três reféns israelenses foram libertados e retornaram para suas famílias, sendo hospitalizados devido a “condições resultantes”, de acordo com fontes médicas. Poucas horas depois, Israel libertou 90 palestinos das prisões na Cisjordânia e em Jerusalém. A recepção aos libertados em Beitunia, na Cisjordânia, foi marcada por multidões cantando e buzinando.
Com a trégua em vigor, milhares de palestinos deslocados tentam retornar para suas casas em Gaza. O conflito deixou em ruínas a maioria das casas dos 2,4 milhões de habitantes do território. “Não sobrou nada da nossa casa, apenas escombros, mas é o nosso lar”, disse Rana Mohsen, de 43 anos, ao regressar a Jabaliya.
A trégua ocorre na véspera do retorno de Donald Trump à Casa Branca, com pressão para Israel concluir o acordo. A primeira fase prevê a libertação de cerca de 1.900 palestinos presos em troca de 33 reféns israelenses. Além disso, o exército israelense deve se retirar de uma área do território palestino.
A primeira fase da trégua também incluirá negociações sobre a segunda fase, que permitirá a libertação dos últimos reféns. A terceira e última parte será a retirada de Gaza e a devolução dos corpos dos reféns que morreram no cativeiro. A trégua trouxe esperança de paz ao território, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel se reserva “o direito de retomar a guerra” se os compromissos não forem cumpridos.