O olhar sempre no horizonte. Foi assim que mestre Yoda descreveu Luke Skywalker (Mark Hamill) em Star Wars: Os Últimos Jedi (2017). Seu último momento no plano terreno foi igual um dos seus primeiros na franquia: observando o pôr do sol. O rover Perseverance, da NASA, teve um momento parecido em Marte.
Parecido, mas oposto. Enquanto Luke se perdia em pensamentos ao olhar para o “pôr do sol binário“, o carrinho da NASA “observou” (leia-se: capturou imagens) os últimos momentos da madrugada. Skywalker olhava para dois sóis. O rover da NASA, para uma das duas luas de Marte.
Em meio à paz e solidão em Marte, rover da NASA tira foto de uma das luas do planeta
Não há muita agitação no planeta vermelho. Marte é silencioso, desabitado e isolado, exceto pelos robôs exploradores que trabalham incansavelmente para revelar seus mistérios.

Se pudéssemos estar lá, o único som que ouviríamos seria o sussurro do vento marciano. Nada de multidões ou barulho – a menos, claro, que fôssemos surpreendidos por uma das famosas tempestades de areia marciana.
Em meio a esse cenário de paz e solidão (ou seria solitude?), uma nova imagem chama a atenção. O rover Perseverance capturou uma cena rara e impressionante na cratera Jezero, onde toca sua missão.
A foto foi tirada no escuro, antes do amanhecer marciano, às 4h27 (horário local) do dia 1º de março de 2025, conforme divulgado pela NASA.
O robô apontou sua câmera (Navcam esquerda) para o céu e, com uma exposição de 52 segundos, registrou um ponto de luz muito especial: Deimos, a menor e mais distante das duas luas de Marte.

Com apenas 16 quilômetros de diâmetro e orbitando a cerca de 20 mil quilômetros da superfície marciana, Deimos se parece com uma estrela brilhante vista da superfície do planeta.
Marte tem duas luas: Fobos e Deimos. Elas receberam seus nomes em homenagem aos filhos do deus da guerra Ares (ou Marte, na mitologia romana). Eles significam medo (Fobos) e pavor (Deimos).
Possíveis destinos para as luas de Marte
Esses pequenos corpos celestes, com formato irregular, ainda guardam vários mistérios. Cientistas querem entender melhor sua origem e seu destino.

Estudos indicam que Fobos, a lua mais próxima de Marte, tem se aproximado do planeta. E pode se despedaçar um dia, o que formaria um anel ao redor do equador marciano.
Deimos, por estar mais distante, provavelmente escapará desse destino. Mas o que vai acontecer com ela ainda é incerto.
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Imagens como essa, feitas por robôs solitários na superfície de Marte, ajudam os cientistas a montar o quebra-cabeça do planeta vermelho. E entender melhor nosso vizinho silencioso no Sistema Solar.
Fonte: Olhar Digital