A China surpreendeu o mundo ao entrar na corrida global pela Inteligência Artificial (IA). Na semana passada, a DeepSeek, uma empresa chinesa fundada em 2023, lançou o AI Assistant, um modelo avançado de IA que já se tornou o app gratuito mais bem avaliado na App Store dos EUA. O impacto foi imediato, desestabilizando gigantes da tecnologia como Microsoft, Meta e Nvidia.
Impacto no mercado financeiro
Antes mesmo da abertura do mercado norte-americano nesta segunda-feira (27), as ações da Microsoft e da Meta apresentavam queda de 3,3% na Nasdaq. Já os papéis da Nvidia, fornecedora de infraestrutura para modelos de IA desenvolvidos nos EUA, despencaram impressionantes 66,9%.
A DeepSeek atribui o sucesso de seu assistente ao baixo custo de produção. Enquanto empresas como a Meta investiram cerca de 60 milhões de dólares no desenvolvimento de IA, a startup chinesa alcançou resultados similares com apenas 6 milhões de dólares.
Inovação impulsionada por restrições
Esse avanço da China não é coincidência. As restrições impostas pelos Estados Unidos à importação de chips de alta tecnologia forçaram as empresas chinesas a investir em semicondutores nacionais. Como resultado, surgiram soluções eficientes e acessíveis, capazes de competir com as tecnologias mais caras das big techs americanas.
Analistas apontam que esse movimento é um reflexo direto das barreiras comerciais e tecnológicas. Ao superar as limitações, a China criou alternativas que desafiam o domínio das empresas ocidentais no mercado de IA.
Repercussão global
Marc Andreessen, magnata do Vale do Silício, classificou o lançamento do modelo chinês como o “momento Sputnik da Inteligência Artificial”. Ele comparou o avanço da DeepSeek ao lançamento do satélite soviético que deu início à corrida espacial entre EUA e União Soviética nos anos 1950.
Outro destaque veio de Mark Zuckerberg, presidente da Meta, que reconheceu a qualidade do modelo chinês, mas questionou a liberdade de sua aplicação. Em entrevista, ele criticou o fato de o AI Assistant evitar conteúdos críticos ao presidente chinês, Xi Jinping.
Perspectivas futuras
O lançamento do AI Assistant marca um ponto de inflexão na corrida global pela liderança em IA. Além de abalar o mercado financeiro, o evento acendeu debates sobre inovação, soberania tecnológica e as implicações éticas no desenvolvimento de inteligências artificiais.