Hugo Motta assume presidência da Câmara
O plenário da Câmara dos Deputados elegeu, neste sábado (1º), Hugo Motta (Republicanos-PB) como novo presidente da Casa. O parlamentar, que ocupará o cargo até fevereiro de 2027, obteve 444 dos 499 votos, superando os 257 necessários para a vitória em primeiro turno.
Os adversários Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) receberam 31 e 22 votos, respectivamente. Motta contou com articulação de Arthur Lira e apoio de um arco de alianças que envolveu 17 partidos, incluindo PT, PL e União Brasil.
Nova composição da Mesa Diretora
Além do presidente, os parlamentares definiram a nova composição da Mesa Diretora. A configuração ficou assim:
✅ 1º Vice-presidente: Altineu Côrtes (PL-RJ)
✅ 2º Vice-presidente: Elmar Nascimento (União-BA)
✅ 1º Secretário: Carlos Veras (PT-PE)
✅ 2º Secretário: Lula da Fonte (PP-PE)
✅ 3ª Secretária: Delegada Katarina (PSD-SE)
✅ 4º Secretário: Sergio Souza (MDB-PR)
A Câmara também elegeu quatro suplentes: Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), Paulo Foletto (PSB-ES), Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES) e Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP).
Quem é Hugo Motta?
Com 35 anos, Hugo Motta se tornou o deputado mais jovem da história a presidir a Câmara. Está em seu quarto mandato e vem de uma família tradicional na política da Paraíba.
Durante sua trajetória, se aproximou de figuras influentes como Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara cassado em 2016. Seu estilo pragmático lhe garantiu espaço nas negociações entre governo e oposição.
Prioridades da nova gestão
Em seu discurso de posse, Motta destacou temas como:
📌 Fortalecimento da Câmara: Defendeu independência do Legislativo frente aos demais Poderes.
📌 Transparência nas pautas: Criticou a prática de divulgação tardia das votações, comum na gestão Arthur Lira.
📌 Melhoria da organização interna: Prometeu definir com antecedência quais sessões serão virtuais e presenciais.
📌 Ampliação do debate nas comissões: Quer garantir mais tempo para análise dos projetos antes de levá-los ao plenário.
📌 Maior participação feminina: Disse que as deputadas terão mais espaço em relatorias de projetos estratégicos.
Davi Alcolumbre retorna à presidência do Senado
O Senado Federal também elegeu sua nova liderança neste sábado (1º). Davi Alcolumbre (União-AP) venceu com 73 dos 81 votos, superando Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE), que tiveram apenas 4 votos cada.
Alcolumbre assume pela segunda vez, após comandar a Casa entre 2019 e 2021. Sua candidatura recebeu apoio formal de 10 partidos, incluindo PT, PL, MDB e União Brasil, além de Lula e Jair Bolsonaro.
Composição da Mesa Diretora do Senado
O Senado também definiu seus novos dirigentes:
✅ 1º Vice-presidente: Eduardo Gomes (PL-TO)
✅ 2º Vice-presidente: Humberto Costa (PT-PE)
✅ 1ª Secretária: Daniella Ribeiro (PSD-PB)
✅ 2º Secretário: Confúcio Moura (MDB-RO)
✅ 3ª Secretária: Ana Paula Lobato (PDT-MA)
✅ 4º Secretário: Laércio Oliveira (PP-SE)
Os suplentes são: Chico Rodrigues (PSB-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Styvenson Valentim (PSDB-RN) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Discurso e compromissos de Alcolumbre
Alcolumbre destacou temas prioritários para sua nova gestão:
📌 Respeito às prerrogativas do Congresso: Defendeu maior autonomia do Legislativo diante do Judiciário.
📌 Retomada das comissões mistas: Quer reativar os colegiados que analisam medidas provisórias antes da votação.
📌 Diálogo e estabilidade: Afirmou que resistirá a “atalhos populistas” e discurso extremista nas redes sociais.
O senador também criticou a falta de valorização dos projetos aprovados pelo Senado e prometeu atuar para impedir que propostas da Casa fiquem subordinadas à Câmara.
Impactos da nova eleição no Congresso
A escolha de Hugo Motta e Alcolumbre sinaliza um cenário de maior alinhamento entre Legislativo e Executivo. Ambos os presidentes foram eleitos com forte apoio de partidos governistas e oposição moderada.
Nos próximos meses, temas como reformas econômicas, orçamento e projetos polêmicos devem enfrentar menor resistência, já que as lideranças da Câmara e do Senado têm perfil conciliador.
Entretanto, a relação entre Congresso e Judiciário pode se tornar mais tensa. A nova composição promete um maior embate sobre prerrogativas parlamentares, especialmente no que diz respeito a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
A definição das comissões temáticas e das principais relatorias será o próximo passo para a nova configuração do Congresso.