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sexta-feira, 9 maio, 2025
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Governo Federal reduz mortes entre Yanomamis em 21%

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Redução de óbitos e avanço nos atendimentos marcam novo cenário de saúde entre os Yanomami

A presença ampliada do Governo Federal e o reforço das equipes de saúde no território Yanomami resultaram em uma redução de 21% nos óbitos registrados entre 2023 e 2024. O dado é do Informe 7 do Centro de Operações de Emergências (COE) Yanomami, divulgado nesta segunda-feira (6), pelo Ministério da Saúde. A queda nas mortes está ligada, sobretudo, à melhoria no atendimento de causas evitáveis como malária, infecções respiratórias e desnutrição, problemas historicamente agravados pela ausência do Estado e pela presença do garimpo ilegal na região.

O número de profissionais de saúde atuando no território cresceu 158% em pouco mais de um ano, saltando de 690 no início de 2023 para 1.781 em 2024. “Esses resultados demonstram o compromisso do Governo do presidente Lula, que decidiu envolver todos os ministérios para cuidar da vida do povo Yanomami”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, o esforço coletivo do governo permitiu o retorno da assistência a áreas antes dominadas pelo garimpo ilegal.

Investimento em infraestrutura e reabertura de polos de saúde

Desde o início da emergência sanitária no território Yanomami, o Ministério da Saúde reabriu sete polos de saúde anteriormente fechados por falta de segurança. As unidades, situadas em Kayanaú, Homoxi, Hakoma, Ajaraní, Haxiú, Xitei e Palimiú, foram totalmente reestruturadas e voltaram a prestar atendimento direto a mais de 5.200 indígenas. Com isso, todos os 37 polos de saúde indígena na região estão agora ativos e funcionando.

Os postos reativados estavam em ruínas devido à precarização do serviço nos últimos anos, o que também causou subnotificação de doenças e mortes. Para recuperar essas estruturas e garantir a presença das equipes, o governo federal investiu R$ 256 milhões apenas em 2024. Esse valor também cobre melhorias na Casa de Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, e na construção do primeiro hospital indígena de atenção especializada, o Centro de Referência em Saúde Indígena de Surucucu, previsto para ser inaugurado em setembro.

Mais profissionais, mais atendimentos

O avanço também se reflete nos dados de atendimento. Os nutricionistas, por exemplo, ampliaram de forma significativa sua atuação, passando de 8.905 atendimentos em 2023 para 49.974 neste ano, um crescimento de 461%. Atendimentos médicos aumentaram 72,6%, passando de 26.113 para 45.072. Técnicos e auxiliares de enfermagem mantêm o maior volume, com mais de 638 mil registros.

A ampliação do atendimento resultou em queda expressiva nas admissões na Casai, o que indica melhora da resolutividade na atenção básica dentro das próprias aldeias. Foram 2.837 admissões em 2024 contra 4.013 em 2023, um recuo de 29%.

Avanços contra a desnutrição e melhora no estado nutricional infantil

A desnutrição grave entre crianças menores de 5 anos caiu de 24,2% para 19,2% em um ano. Embora o número de crianças com baixo peso tenha registrado leve aumento, isso é interpretado positivamente pelas autoridades, pois indica que mais crianças estão saindo da condição de desnutrição grave e se aproximando de um estado nutricional mais saudável. Atualmente, metade das crianças Yanomamis está com o peso considerado adequado.

“A recuperação nutricional em crianças é um processo mais lento e complexo, principalmente nos casos mais graves, podendo levar anos até a normalização do peso e o fortalecimento do sistema imunológico”, explicou Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena.

Malária: menos mortes, mais testes e vigilância reforçada

Outro avanço importante diz respeito ao controle da malária. O número de óbitos caiu 42%, e a letalidade – proporção de mortes em relação aos casos confirmados – teve redução de 47%. Apesar do aumento de 9,7% nas notificações da doença, esse crescimento está diretamente relacionado à intensificação das ações de vigilância e testagem, com busca ativa nas aldeias.

Em 2024, foram realizados 260.251 testes de malária, contra 180.906 no ano anterior – um aumento de 44%. Mesmo com mais testes, a proporção de resultados positivos caiu quase 24%, indicando uma diminuição real na circulação do parasita. “Os dados refletem avanços importantes no acesso ao diagnóstico e à assistência, com impacto direto na redução da letalidade”, afirmou Tapeba.

Queda na letalidade das infecções respiratórias

O número de atendimentos por infecções respiratórias agudas subiu de 7.523 para 24.180, um aumento de 270%. A ampliação dos atendimentos veio acompanhada de uma queda significativa na letalidade, que caiu 73%, e no número de óbitos, que teve redução de 47%.

Vacinação em alta

Outro indicador positivo foi registrado na cobertura vacinal: houve um aumento de 65% nas doses aplicadas em 2024 em comparação com o ano anterior. Ao todo, 53.477 vacinas de rotina foram administradas durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional Yanomami (ESPIN-Yanomami), reforçando a proteção da população contra diversas doenças infecciosas.

Tecnologia e energia limpa para ampliar o acesso

Além da atuação humana, a tecnologia também tem sido aliada. O uso da Telessaúde e a implantação de sistemas de energia fotovoltaica em diversos polos garantem maior conectividade e permitem consultas e acompanhamento remoto de casos complexos, ampliando a resolutividade das equipes no próprio território.

Fonte: Agencia Gov

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